Vazamento em adutora afeta abastecimento de água de 600 mil pessoas na Bahia

Problema fez com que 60% do fornecimento de água fosse interrompido

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 6 de maio de 2019 às 18:10

- Atualizado há um ano

Um vazamento na principal adutora responsável por levar água às cidades de Feira de Santana, Santa Bárbara, Conceição da Feira, Tanquinho, Santanópolis e São Gonçalo dos Campos provocou uma redução de 60% no fornecimento do sistema neste final de semana. O problema afetou mais de 600 mil pessoas.

De acordo com a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), devido ao vazamento, o fornecimento de água ficou restrito apenas às áreas do centro de Feira de Santana e entorno. Ainda segundo o órgão, o problema na adutora foi corrigido na noite deste domingo (5), mas o fornecimento só voltará em um prazo de dois dias.

“O abastecimento iniciou a retomada de forma gradativa. A Embasa recomenda que os moradores mantenham a utilização racional da água armazenada nos seus reservatórios domiciliares até a completa normalização do fornecimento”, disse a empresa através de um comunicado.

A empresa informou ainda que, em condições normais, são ofertados 1.500 litros de água por segundo para o sistema. Porém, com a redução de 60% no fornecimento, o volume caiu para aproximadamente 600 litros por segundo, que foram direcionados para Feira de Santana e entorno, onde estão os maiores consumidores de água do sistema.

De acordo com a Embasa, são 229.025 ligações de água em Feira de Santana, 11.283 em São Gonçalo dos Campos, 9.465 em Conceição da Feira, 5.941 em Santa Bárbara e 3.675 em Tanquinho – a quantidade de ligações em Santanópolis, segundo a assessoria, está incluída nos números de Feira.

Reclamação Em Feira, moradores do centro e do bairro Queimadinha reclamam da falta de água desde sábado (4). “Estou economizando água. Ainda tem um pouco no reservatório e espero que não falte. Cheguei ontem de viagem sabendo disso, todo mundo reclama”, disse a auxiliar de escritório Carol Almeida, 24 anos, que mora no centro de Feira.

De acordo com ela, é normal que, na região, a água fique mais fraca a cada 10 ou 15 dias. A queixa é a mesma do técnico em informática Tadeu Josué Lopes, 32, que mora em Queimadinha. Segundo ele, a água tem caído fraca nos últimos meses. “Aqui mal dá para encher o reservatório que fica em cima da casa”, afirmou.

No município de Tanquinho, a situação também é ruim. A dona de casa Luzia Souza Mendes, 25, conta que já está praticamente sem água no reservatório. “Acho que deve durar mais uns dois dias. Tomara que normalize logo”, disse ela, que mora com o marido, dois filhos pequenos e a sogra. “É muita gente que precisa de água e o reservatório daqui é de 2 mil litros”, completou.

Já em Santa Bárbara, cidade de 20 mil habitantes, moradores consultados pelo CORREIO disseram que ainda não sentiram a falta de água por esses dias, mas que é rotina na cidade. “E tem vez que leva mais de um mês sem cair”, disse o comerciante Emiliano da Silva Neto, 39, dono de um supermercado. Segundo ele, é comum faltar água pelo menos de uma a duas vezes no mês.

O CORREIO também ouviu habitantes de Conceição da Feira e de Santanópolis, que não reclamaram da falta de água. Alguns disseram que nem sabiam do problema na adutora, mas garantiram que os problemas de abastecimento são recorrentes na cidade.

“Muita gente tem reservatório de 5 mil litros aqui”, disse o comerciante Luís Sérgio Costa, 45, de Conceição da Feira. Já a cabeleireira Tânia Maria Galvão, 27, informou que “a água às vezes cai meio barrenta, mas não falta por muito tempo”. A Embasa se posicionou sobre a alegação e disse que “a água distribuída pela Embasa segue rigorosamente os padrões de potabilidade definidos pelo  Ministério da Saúde”.

Em Santanópolis, a atendente de supermercado Leonídia de Oliveira também reclama. “Passa vento no cano e eles contam como água”, acusa ela, que paga até R$ 80 na conta. 

A Embasa rebateu a informação e informou que “em condições normais de operação em um sistema de abastecimento, o volume de água preenche toda a tubulação das redes de distribuição de água, ou seja, não há espaço para existência de ar”. Disse ainda que “a entrada de ar na tubulação ocorre apenas em condições excepcionais, em um quadro de prolongada interrupção no abastecimento, o que não ocorreu em Santanópolis”.

A empresa estatal informou ainda que instala, ao longo das redes de abastecimento, equipamentos chamados ventosas, que retiram o eventual ar existente e protegem as tubulações, evitando que chegue até as ligações de água/imóveis dos usuários.

Para que seja verificada especificamente a situação no imóvel dela, a Embasa diz que é preciso que a moradora entre em contato diretamente, através do 0800 0555 195, informando o endereço completo para que uma equipe vá até o local. 

“Ressaltamos ainda, que os moradores devem fazer a limpeza/higienização periódica dos reservatórios/caixas d’água existentes em suas casas/imóveis, bem como deixá-los devidamente tampados, para evitar a contaminação da água distribuída”, completa a nota.