Veja as estratégias dos países que já estão aplicando a 3ª dose da vacina

Outros locais, como Brasil, preparam início da dose de reforço

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  • Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2021 às 11:47

- Atualizado há um ano

. Crédito: Jefferson Peixoto/Secom

O avanço da variante delta do coronavírus levou vários países a intensificarem estratégias de combate ao covid-19. Uma delas tem sido a aplicação de uma terceira dose da vacina na população já imunizada. A partir de setembro, o Brasil seguirá esse mesmo caminho - a princípio, com apenas dois grupos.

A estratégia de que público imunizar e que vacina usar tem variado de país par país, em meio a discussões ainda em andamento sobre qual a melhor orientação sobre a dose de reforço.

Ainda não há uma recomendação oficial da OMS ou da OPA em relação à terceira dose e, como em toda campanha de vacinação, cada país tem liberdade para escolher seus critérios. Preocupado com a desigualdade vacinal no mundo, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, chegou a pedir essa semana que os países adiem esse reforço até que a taxa de vacinação aumente em países que têm só 1% ou 2% da população vacinada.

Adhanom pediu que esperassem pelo menos até que se chegasse a 10% de pessoas vacinadas em todos os países para começar a reforçar internamente a imunização. "Entendo a preocupação de todos os governos em proteger seu povo da variante delta. Mas não podemos aceitar países que já usaram a maior parte do suprimento global de vacinas usando ainda mais", criticou.

Apesar do pedido, alguns países já começaram o reforço e outros se planejam para isso. Confira na lista:

República Dominicana O país anunciou no final de junho que iria oferecer a terceira dose. Lá, a estratégia é de mistura de vacinas de diferentes laboratórios, com a dose de reforço sendo diferente da que foi tomada inicialmente. 

Emirados Árabes Unidos Desde junho, o país oferece doses de reforço para quem se imunizou com a vacina da Sinopharm. A terceira dose pode ser desse mesmo imunizante ou da Pfizer. O governo já anunciou também que dará terceira dose para o restante da população, que não recebeu a Sinopharm, mas ainda não estipulou data.

Rússia Desde julho, o país administra doses de reforço para quem já tomou a vacina há mais de seis meses. Em Moscou, o reforço é feito com a Sputnik V, de fabricação interna. Outras regiões do país também já começaram a fazer o mesmo.

Israel O país vacina desde o final de julho pessoas com mais de 60 anos e outras de grupos considerados vulneráveis. Depois, já foram incluídas pessoas acima de 50 anos. A estratégia foi colocada em prática em meio a um aumento de casos de covid por conta da nova variante. O reforço é feito com vacina da Pfizer para quem já se vacinou há mais de cinco meses.

Hungria Desde o início desse mês, o país se tornou o primeiro da Europa a administrar doses de reforço. Todos podem tomar, mantendo intervalo de quatro meses após a segunda dose. O governo húngaro recomenda uma estratégia intervacinal - misturando vacinas. 

Chile Na semana passada, o Chile começou a administrar doses de reforço para quem foi imunizado com a Coronavac. O público alvo é de pessoas que tomaram a vacina há cerca de quatro meses e têm mais de 55 anos. O reforço será com uma dose da Astrazeneca. Os pacientes imunodeprimidos também terão uma terceira dose, mas com Pfizer.

Uruguai Outro país da América Latina que nesta semana começou a reforçar o esquema vacinal de quem recebeu a Coronavac. A dose usada será Pfizer, com intervalo de pelo menos 90 dias depois da segunda dose ser tomada. 

Bahrein O país está oferecendo reforço com Pfizer para quem tomou há seis meses as duas doses da vacina da Sinopharm.

Indonésia O país começou a vacinar com terceira dose no início desse mês, inicialmente para profissionais de saúde que haviam recebido Sinovac. A dose de reforço é da Moderna.

EUA O governo americano anunciou na semana passada que está planejando imunizar com terceira dose todos os americanos já vacinados a partir de 20 de setembro. A dose será para quem já tomou a segunda dose há pelo menos oitos meses. O país utilizou Pfizer, Moderna e Janssen. No caso dessa última, que é de dose única, o governo diz que provavelmente será necessário também um reforço, mas ainda se aguardam dados para confirmar qual a melhor maneira de fazer isso.

Camboja No país, a estratégia é misturar os imunizantes. Receberão segunda dose da Astrazeneca os que foram vacinados com a Sinovac e a Sinopharm. Quem se vacinou com Astrazeneca vai receber uma dose da Sinovac como reforço.

Reino Unido O país planeja começar em setembro seu esquema de reforço, segundo informou o governo na semana passada. Ainda não há data exata, mas os "mais vulneráveis" serão os primeiros. Detalhes sobre que grupos exatamente serão imunizados novamente e com que vacinas não foram decididos ainda.

Alemanha A Alemanha também começa em setembro o esquema de reforço, inicialmente com idosos, moradores de abrigo e pessoas com sistema imunológico comprometido.

O país tem a intenção ainda de administrar dose extra para qualquer um que foi vacinado com Astrazeneca ou Janssen. A estratégia exata ainda depende de mais dados, segundo as autoridades alemãs.

França Mais um país europeu que planeja para setembro o reforço para todos idosos e pessoas com vulnerabilidades. Emmanuel Macron, presidente do país, disse que não será para "todos imediatamente". O governo não divulgou ainda datas ou vacinas que serão usadas.