Velejador Aleixo Belov enfrenta geleiras gigantes do mar gélico com Oceano Ártico

Período durou 10 dias e velejador desabafou sobre situações

Publicado em 15 de agosto de 2022 às 13:04

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: Leonardo Papini/ Divulgação

O navegador Aleixo Belov, de 79 anos, enfrentou o mar gélido do Oceano Ártico com sua tripulação do veleiro Fraternidade. Ele, que saiu de Salvador há seis meses, conseguiu alcançar uma marca inédita, que é passar pelo local grandes geleiras que impedem a navegação.

No dia 12 de julho, Belov sentiu o gelo chegar em Nome, no Alaska. Mesmo sabendo da situação com grandes geleiras, o navegador seguiu com a embarcação. "Já sabíamos que lá na frente, em Barrow, estava tudo fechado de gelo, mas fomos seguindo, confiando que o gelo ia terminar por derreter. Durante a última semana (início de agosto), vínhamos pegando a carta de gelo pela internet e o degelo estava avançando. Mas, para nossa surpresa, depois que saímos, o degelo deu um retrocesso. O vento norte empurrou o gelo para o sul e piorou ainda mais o que já não estava bom”, contou. (Foto: Leonardo Papini/ Divulgação) Com o surgimento de mais gelos, o navegador, junto com a tripulação, tiveram de achar um local para atracar em meio ao mar congelado do Alaska. “Procuramos um gelo grande, saltamos nele com uma alavanca, cavamos um buraco, instalamos uma garateia com um cabo e ficamos derivando junto com o gelo”, explicou, completando que com o derretimento das geleiras, tiveram de derivar sozinhos pelo mar durante 10 dias. 

Sem passagem entre o gelo e o continente, Belov seguiu tentando ultrapassar mesmo assim. "Já tínhamos perdido a esperança, mas resolvemos tentar passar por cima desta formação e, depois de entrar em vários becos sem saída, voltamos e tentamos de novo até conseguir passar”, relembrou.  (Foto: Leonardo Papini/ Divulgação) Ao chegarem em Cambridge Bay, o navegador com os tripulantes respiraram aliviados, pois não tinha mais gelos pelo mar. "Quando chegamos em Cambridge Bay, quase não tinha mais gelo. Vocês não podiam imaginar como eu desejei conseguir chegar aqui. Tinha conseguido fazer a metade da Passagem Noroeste e estava muito feliz”, finalizou. 

Ele está no assentamento Gjoa Haven, em Nunavut, no norte do Canadá, e segue sentido à Groenlândia, na segunda etapa da travessia do mar gelado.