Velejadores vão ao Rio Vermelho e agradecem a Iemanjá por liberdade

Todos já reencontraram o mar após período na prisão

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 16 de fevereiro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Imagine a seguinte situação: você passou 553 dias em uma prisão, em um país estrangeiro, a mais de 3,5 mil quilômetros de distância de onde mora, respondendo por um crime que não cometeu. Eis que depois de todo esse tempo você é liberado e tem o direito de voltar para casa: o que você faria primeiro? Do que sentiria mais falta?

Pergunta difícil de responder, não é mesmo? Essa dúvida certamente passou pela cabeça de Daniel Dantas, Daniel Guerra e Rodrigo Dantas - os três velejadores que foram presos na ilha de Cabo Verde, em 2017, e ficaram cerca de um ano e meio presos no país, acusados de tráfico internacional de drogas.

Durante coletiva na última quinta-feira (15), Rodrigo contou que uma das primeiras coisas que foi fazer após ser liberado foi tomar um banho de chuveiro. Algo que era impossível de fazer na prisão, já que eles tomavam banho com uma mangueira que era disponibilizada por apenas dois minutos no interior da cela.

Ainda em Cabo Verde, ele encontrou um velho amigo: o mar. Na primeira oportunidade, deu um mergulho.

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Na quinta-feira, após conceder entrevista coletiva, onde contaram todos os detalhes e sensações que enfrentaram na Cadeia Central São Vicente, Daniel Dantas e Daniel Guerra foram até o Rio Vermelho para agradecer à Rainha das Águas, Iemanjá, pela liberdade. Durante os festejos da Mãe D’Água, no último 2 de fevereiro, alguns velejadores fizeram manifestações pela liberdade dos brasileiros.

Já nesta sexta-feira (15), o único dos velejadores que não é baiano voltou para sua terra. Natural da cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, Daniel Guerra, 36, decolou às 9h50 de hoje e enfrentou várias escalas antes de pousar no Aeroporto Internacional Salgado Filho, às 17h40.

Depois de toda essa maratona aérea, ele ainda vai encarou mais 290 km de estrada antes chegar em casa. Os familiares recepcionaram o gaúcho ainda no aeroporto.

Ao que tudo indica, a experiência traumática no Cabo Verde não diminuiu em nada o amor dos três velejadores pelo mar. Nessa sexta, Rodrigo Dantas aproveitou para encontrar os amigos em um clube que fica na Ladeira da Barra, com acesso para o mar da Baía de Todos-os-Santos.

Já Daniel Dantas passou o dia com a família. Adivinha onde? Isso mesmo, perto do mar. O mais velho dos três velejadores foi para a Praia do Flamengo.

É clichê, mas real: quem é do mar não enjoa.* Com supervisão da subeditora Fernanda Varela