Vídeo: Dallagnol defende imparcialidade da Lava Jato e se diz vítima

"A Lava Jato é contra a corrupção, seja de quem ela for", afirmou

Publicado em 10 de junho de 2019 às 20:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Exposto em uma troca de mensagens privadas com o ministro da Justiça Sérgio Moro, o procurador federal Deltan Dallagnol defendeu nesta segunda-feira (10) a imparcialidade da Lava Jato. Em um vídeo, ele afirma que a operação acusou políticos de diversos partidos.

No vídeo, Dallagnol se defende e diz que é natural a troca de  mensagens com Moro, na época juiz federal, e afirmou ainda que o Ministério Público Federal teve processos recusados – e que 54 pessoas denunciadas pelo MPF foram absolvidas por Moro. "A Lava Jato é contra a corrupção, seja de quem ela for", afirmou.

"É normal que procuradores e advogados conversem com juízes sem a presença da outra parte. O que se deve verificar é se existiu conluio ou quebra da imparcialidade. A imparcialidade da Lava Jato é confirmada por muitos fatos. Centenas de pedidos feitos pelo Ministério Público foram negados pela Justiça. Cinquenta e quatro pessoas acusadas pelo Ministério Público foram absolvidas pelo [então] juiz federal Sérgio Moro. Nós recorremos centenas de vezes contra decisões, o que mostra não só que o juiz não acolheu o que o Ministério Público queria, mas mostra que o Ministério Público não se submeteu ao entendimento da Justiça. Some-se a tudo isso que todos os atos e decisões da Lava Jato são revisados por três instâncias independentes do Poder Judiciário, por vários julgadores", disse Dallagnol em um trecho do vídeo.

Ainda na gravação, Dallagnol comentou o caso do triplex de Guarujá (SP), que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão em 2018. "As provas do caso triplex embasaram a acusação porque eram robustas, e tanto eram robustas que nove julgadores de três instâncias concordaram com a robustez das provas e condenaram o ex-presidente Lula".

Ainda de acordo com o procurador, "tentar imaginar que a Lava Jato é uma operação partidária é uma teoria da conspiração que não tem base nenhuma".

"Quinze procuradores atuam na Lava Jato só em primeira instância em Curitiba. Tem mais de 30 servidores que lá atuam também. Grande parte dessa equipe foi formada antes de aparecer o primeiro político, quando não se tinha ideia de onde a Lava Jato ia chegar. Além disso, nós temos outras dezenas de agentes públicos na Receita Federal, na Polícia Federal, somando centenas de agentes públicos, e imaginar que essas pessoas vão colocar em risco o sustento da sua família, vão colocar em risco o seu cargo, para trair a confiança da sociedade ou prejudicar A ou B, não tem qualquer base na realidade."

Nas imagens, Dallagnol aponta que a Lava Jato em Curitiba acusou políticos e pessoas vinculadas ao PP, ao PT, ao PMDB, ao PSDB, ao PTB, e que a colaboração da Odebrecht nomeou 415 políticos de 26 diferentes partidos.

Assista: