Vídeo: em crítica a Bolsonaro, padre diz que 'corja miserável está sangrando nosso país'

Fala aconteceu durante missa em que o padre foi homenageado

Publicado em 19 de outubro de 2021 às 13:24

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Reprodução

Após a homilia do arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, ganhar repercussão nacional dada sua defesa por uma pátria sem armas, ódio e mentiras, as críticas de um padre de Afogados da Ingazeira, no Sertão de Pernambuco, ao governo Bolsonaro ganharam as redes sociais. Na fala, o padre Luisinho, pároco da Paróquia de São Francisco de Assis, afirmou que uma ‘corja miserável está sangrando o nosso país’.

As declarações foram dadas há cerca de um mês, em 18 de setembro de 2021, durante a 34ª Missa do Poeta, na qual o padre Luisinho foi homenageado. A repercussão, porém, só veio nessa segunda-feira (18) após o jornalista Ricardo Noblat, do site Metrópoles, compartilhar um trecho da fala do religioso na Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, em Tabira, também no Sertão.

'País tupiniquim e 'mal educado' Em tom de desabafo, o padre diz que o Brasil é um país "tupiniquim" e mal educado por ter elegido o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Depois de 58 anos, com 29 anos de padre, muitas vezes eu dou algumas passadas, corro e alguém fica atrás, não consegue alcançar meus passos. Mas eu aprendi que a gente mora em um país tupiniquim, infelizmente, mal educado”, disse o religioso.

“Porque um país que elege um homem que não lê um livro, um homem que não consegue recitar um verso, um homem que acha que há muitos professores no Brasil, um homem que escolhe pessoas para trabalhar em um Ministério, que acham que uma pessoa com uma deficiência atrapalha. Uma pessoa que ri e muitas vezes desdenha da dor humana. Isso não é meu país”, emendou.

Durante sua fala, padre Luisinho relembrou a luta das mulheres de Tejucupapo e nomes importantes da cultura brasileira, como Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto e José Lins do Rêgo. Além disso, o pároco afirmou estar triste com a situação do país.

“Infelizmente sou obrigado a conviver e ouvir asneiras. A viver sob a ditadura da imbecilidade nesse país. [Sou obrigado] a ouvir besteiras todos os dias. E o pior, de pessoas que tiveram a oportunidade de ir a uma universidade. É triste! É meu país, mas não me representa. Infelizmente, essa corja miserável está sangrando o nosso país”, concluiu sob fortes aplausos dos fiéis presentes na missa.

Reportagem originalmente publicada pelo JC Online