Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2022 às 12:37
- Atualizado há 2 anos
Acusado de atropelar intencionalmente a moto em que estava a ex-companheira, Sivanildo Macêdo, 34 anos, disse em depoimento à polícia que a moto em que ela estava andava em zigue zague à sua frente e em determinado perdeu o controle e ele "acabou atropelando" o veículo com o caminhão que dirigia. Leidiane Nascimento Paraguassu, de 31 anos, morreu e o piloto da moto ficou ferido. Para o delegado Leandro Acácio, titular da 22ª Delegacia (Simões Filho), contudo, está claro que Sivanildo agiu de maneira intencional.>
"Ele afirmou de forma categórica que sabia que se tratava da ex-companheira e desse suposto amigo, que a gente acha que havia um relacionamento, só que ela ainda não havia assumido porque ainda tinha receio da reação que ele pudesse ter em vê-la com outro homem, retornando sua vida. Ele de forma deliberada, temos uma imagem, mostra que de fato houve sim uma colisão proposital da parte dele", explicou o delegado em coletiva nesta quinta-feira (17).>
O delegado diz ainda que Leidiane já havia feito uma representação contra Sivanildo por uma ameaça, mas acabou se arrependendo e desistindo de levar adiante. "Ela fez uma representação no Centro de Referência e Atendimento à Mulher, que é um órgão ligado à prefeitura. Ele recebe as vítimas de violência doméstica e encaminha para a delegacia, para que a gente possa fazer a medida protetiva, instaurar inquérito, encaminhar à Justiça. No entanto, ela desistiu de prosseguir com aquela reclamação, que se referia a uma ameaça", explicou.>
Sivanildo foi preso em Camaçari, onde se entregou por não se sentir seguro em comparecer até a delegacia de Simões Filho. >
Veja as imagens:>
O delegado diz que logo após a morte de Leidiane a polícia foi às ruas em busca de testemunhas e outros elementos para ajudar a desvendar o caso. "Fomos atrás de sistema de monitoramento e acabamos por encontrar em uma escola, a mais ou menos 80, 100 metros do local da colisão", diz. "A moto acaba ficando escondida, mas a gente vê o momento em que o caminhão se choca com essa moto. Não houve nenhum tipo de frenagem. O caminhão se choca, o motorista desce do caminhão e já sai correndo, deixando para trás o filho de 7 anos que estava com ele", acrescenta.>
O ex-casal tinha dois filhos - o menino de 7 anos que presenciou o fato ao lado do pai e uma garota de 16 anos. O motorista tinha acabado de buscar o garoto e estava a caminho de casa quando tudo aconteceu. "A criança que presenciou está com os parentes e vai receber atendimento psicológico", diz o delegado.>
O motociclista continua internado no Hospital Geral do Estado (HGE) e ainda não foi ouvido. "Ele sofreu ferimentos graves, inspira ainda cuidados", afirmou o delegado. "Entrei em contato com o HGE e até sexta vamos colher o depoimento dele e com isso encerrar o inquérito e remeter ao MP", acrescenta.>
Ele falou sobre a possível pena para o crime. "Estamos diante de um crime de feminicídio. Temos um feminicídio consumado e um homicídio tentado, com relação ao piloto. A pena inicia com 12 anos, vai de 12 a 30 anos. O juiz vai analisar. esse fato (do crime ter sido presenciado pelo filho), que eleva a reprobabilidade da conduta. O juiz provavelmente vai levar isso em conta para elevar o mínimo legal", avalia.>
Sivanildo está preso na 22ª Delegacia e deve ser transferido para o presídio de Salvador. >