Vigilância alerta para água de casa abandonada em Paripe

A pasta diz que a situação se restringe ao tanque e não à localidade, nem à rede distribuidora de água

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 4 de março de 2020 às 05:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr./ CORREIO

Desde que ocorreram as duas mortes em Paripe, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) intensificou as ações de combate ao Aedes aegypti na região do Subúrbio. Estão sendo realizadas visitas casa a casa, drenagem de um córrego com auxílio de técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e o bloqueio vetorial com aplicação de inseticida.

No último sábado (29), a SMS, que investiga ainda quatro casos na localidade de Muribeca de um total de 11, promoveu uma feira de saúde na região, para ofertar consultas e serviços médicos para os moradores. Os doentes sentem febre, dores no corpo, enjoo e dor de cabeça.

Uma das hipóteses já descartadas pela pasta é a de que os jovens teriam ficado doentes depois de tomar banho em um tanque da região. As próprias famílias também não acreditam que haja relação entre o contato com a água e a morte dos jovens Ícaro da Silva Duque, 19, e Luan Bastos dos Santos, 15, já que o banho teria acontecido um mês antes de aparecerem os sintomas.

“Nós fizemos os testes na água e não foi encontrado qualquer indício de contágio. Um dos jovens também não teve qualquer contato com o tanque e adoeceu”, explicou Cristiane Cardozo, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS).

Apesar disso, a casa onde fica o tanque, e que está abandonada, recebeu um aviso de que a água ali está imprópria para consumo.

Sobre isso, em nota, a assessoria da Secretaria Municipal da Saúde esclareceu que “através do processo de investigação da circunstância dos dois óbitos registrados na localidade de Muribeca, em Paripe, a Vigilância Ambiental em Saúde foi à residência abandonada, onde uma das vítimas fatais teve contato com a água, para poder colher amostras do reservatório”, também abandonado.

“Na análise preliminar, foi constatada a ausência de cloro e presença de “ecoli”, um tipo de bactéria, por isso, para prevenir futuras complicações foi colocado o aviso”. A pasta salientou ainda que “a situação se restringe ao tanque da residência e não à localidade, nem à rede distribuidora de água. As análises mais aprofundadas sobre a água foram encaminhadas para um laboratório no Pará e dentro de um mês deve retornar com os resultados”.

Ainda segundo a SMS, dos nove pacientes com sintomas similares, cinco já tiveram diagnósticos confirmados. Exames de laboratório confirmam dois casos de dengue, um de zika e outro de chikungunya. Um quinto caso já foi confirmado como cálculo na vesícula, sem nenhuma relação, portanto, com os demais diagnósticos.

* Com supervisão da subeditora Tharsila Prates