Vigilantes da Ufba encerram paralisação e aulas noturnas serão retomadas

Trabalhadores retornaram aos postos de trabalho às 19h

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  • Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 14:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO

Após dois dias de paralisação, os vigilantes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) retornaram aos postos de trabalho às 19h desta quinta-feira (29). A informação é da própria instituição, que divulgou uma nota nesta tarde. Com a decisão, as aulas noturnas serão retomadas em todo o campus.

No comunicado, a Ufba apontou que a decisão de encerrar a paralisação partiu dos próprios seguranças, após assembleia realizada durante a manhã desta quinta. O CORREIO entrou em contato com o sindicato dos vigilantes (Sindvigilantes), mas não obteve resposta.

Ainda segundo o texto, a MAP, empresa que presta o serviço de vigilância terceirizada na Ufba, entrou em um acordo com a universidade e vai manter o contrato vigente.

Com a retomada das atividades, os cerca de 11 mil alunos dos cursos noturnos da universidade vão ter as aulas repostas. O vice-reitor da instituição, Paulo Miguez, afirmou que o remanejamento da aula não preocupa a universidade. 

“A situação é tratada de forma muito tranquila, as atividades serão respostas como sempre acontece. Nada que nos amedronte porque sabemos planejar. O tempo de interrupção não é significativo para criar uma dificuldade maior”, disse. A remarcação das aulas deve ser feita pelas unidades e seus professores.

Dívida da Ufba O sócio administrador da MAP, Sisnando Lima, contou que a Ufba já quitou 11% da dívida com a empresa e ainda prometeu pagar outros R$ 2 mi em setembro. Por esse motivo, por hora, a companhia desistiu do processo de suspensão do contrato de prestação de serviço com a Ufba. 

“Eu vou dar um voto de confiança. Na próxima semana, vamos sentar com a Ufba para fazer o planejamento de amortização. Na segunda ou na terça. Em setembro, se não a universidade não se organizar ou tiver uma meta, a gente pode retomar a suspensão ou cancelar de vez [o contrato]”, disse Lima.

Em nota publicada na última quarta (28), a universidade afirmou ter quitado R$ 2,1 mi da dívida. Mesmo com o pagamento, o valor, entretanto, volta para R$ 15 mi com a fatura de agosto, que vai ser recebida pela universidade na próxima segunda-feira (2).

A empresa afirma só ter recebido cerca de R$ 1,878 mi, em duas ordens de pagamento -  uma no valor de R$ 678 mil realizada na quarta e outra de R$ 1,2 mi, nesta quinta. O vice-reitor da instituição confirmou que a remuneração foi feita em parcelas. 

Miguez ainda afirmou que o recurso foi remanejado dentro do orçamento da universidade. “Há recursos de orçamento organizado para alguns compromissos e reorganizamos isso diante da situação para poder sinalizar a disposição da universidade de honrar seus compromissos”, explicou.

Paralisação Nesta manhã, os 380 vigilantes que prestam serviços à instituição haviam decidido continuar com a paralisação por tempo indeterminado até que fosse resolvido o impasse em relação à dívida. A decisão dos vigilantes foi anunciada em assembleia realizada no início da manhã desta quinta, na frente da Reitoria, no bairro do Canela. No entanto, após uma reunião entre a Ufba e a MAP, ficou definido que o contrato não seria suspenso. Por isso, os vigilantes voltaram atrás e aceitaram retornar ao trabalho.

A quitação dos R$ 678 mil ocorreu um dia após o anúncio da paralisação por tempo indeterminado dos trabalhadores terceirizados que atuam na segurança da Ufba. Com os problemas do pagamento, a MAP deu entrada no rito processual para suspensão das atividades no dia 16 de agosto.

Orçamento O vice-reitor da universidade afirmou que a instituição possui outras dívidas, sem discriminar as contas afetadas. “A universidade cresce, se o orçamento permanece o mesmo, fica difícil para honrar os compromissos. O conjunto sofre pela ausência do recurso, que está bloqueado”, afirmou. O MEC ressalta que os recursos da Federal da Bahia sofreram contingenciamentos e não cortes.

Para reverter a situação, a Ufba está em contato constante com a pasta da educação, informou Miguez. Apesar das dificuldades para pagar as contas, Miguez aponta que a universidade não trabalha com a hipótese de fechar as portas ou de ocorrência de uma greve.

“Não há a possibilidade de greve em setembro. O que vem à mesa é a compreensão que vamos trabalhar para recompor o orçamento e vamos manter a universidade aberta. Em nome disso estamos dispostos a todo e qualquer enfrentamento que seja necessário fazer”, pontuou.