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'Violência é frequente': moradores denunciam insegurança em Itapuã após latrocínio

Assaltos à mão armada são constantes na região

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 16 de dezembro de 2022 às 06:00

O assassinato do corretor de imóveis Vitor Ferreira Abud, 44 anos, na Rua Olindina, em Itapuã, por volta das 6h desta quinta-feira (15) escancarou, mais uma vez, a violência e a falta de segurança que acometem o bairro, seus moradores e até quem trabalha por lá. Na região do Farol de Itapuã, um dos pontos turísticos da capital baiana, casos de assalto como o de hoje são frequentes.

"Vira e mexe acontece esse tipo de tragédia. Principalmente de manhã, que falta policiamento e o pessoal aqui sai para nadar, remar e surfar. Os caras ficam na visão e pegam o pessoal. Violência é frequente aqui e nada é feito para resolver", relata Nilton Araújo, 53, que é "nascido e criado" no bairro. Outros moradores relatam o mesmo ao serem questionados.

Joselita de Fátima, 48, trabalha com a venda de acarajés na área, onde também reside. Ao falar sobre a situação, ela afirma que Itapuã está abandonada e que a região do farol segue o mesmo caminho. A moradora acredita que há necessidade urgente de uma unidade da polícia nas redondezas.

"A gente precisa de um posto policial. Estou cansada de ver vidas sendo ceifadas de maneira brusca. Essas pessoas que morrem aqui têm pai, mãe e filhos. O Natal, que era para ser feliz, vai ser triste para essa família. Tudo porque falta polícia, precisamos de mais", afirma Joselita.

Violência armada

De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, que monitora a violência armada em Salvador e Região Metropolitana (RMS),  foram registradas quatro ocorrências de tiroteio e três morte em Itapuã desde julho. São números referentes a ações que tiveram disparo de arma de foto. Sobre violência em geral, os índices são bem maiores. 

Segundo o morador Nilton, as ações com arma na área são várias e nem sempre há disparo porque a maioria das vítimas não reage. Os bandidos assaltam em diferentes pontos a depender da movimentação. Na Rua Olindina, onde o corretor foi morto, as ações criminosas visam quem pratica esportes no começo da manhã por ali.

"A gente que sai nesse horário fica à mercê. Tem lugar que é até pior, como na Rua K, que é bem movimentada pelo pessoal que pratica esporte. Entre 5h e 6h da manhã é o horário de ação dos bandidos, que não chegam para brincar. Algo precisa ser feito", afirma o morador.

Barraqueiro da região, Natanael Brito Santana, 48, já presenciou situações do tipo. "Isso aqui está abandonado demais em todo lugar. Os caras assaltam direto por aqui, já é comum para todo mundo que conhece. Como pode um ponto turístico ficar assim sem policiamento? Tanto é que o Farol está esvaziando de gente visitando", reclama ele.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) foi procurada pela reportagem para responder sobre as denúncias de falta de policiamento e explicar como é feita a estratégia de segurança para a região de Itapuã, mas recomendou que as perguntas fossem direcionadas à  Polícia Militar e essa informou que atua preventivamente no patrulhamento da área e que o policiamento na região é realizado pela 15ª CIPM. Explicou ainda que, além da patrulha regular, guarnições do Pelotão de Emprego Tático Operacional (PETO) atuam “de acordo com a mancha criminal”. 

“A companhia tem intensificado o policiamento, inclusive com operações, com vistas a coibir ações delituosas de quaisquer naturezas, contando com o reforço e o apoio da CIPT, Rondesp Atlântico, da Operação Apolo e do Batalhão Especializado de Polícia Turística (Beptur), que realizam constantes ações preventivas em toda a extensão da orla marítima de Salvador”, escreve a PM.

Não reagir

Sobre o comportamento de vítimas em assalto, a Polícia Militar destacou ainda que, em situações do tipo, o cidadão não deve reagir e, no caso de ocorrência, sempre acionar a viatura mais próxima através do número 190, para que medidas imediatas sejam adotadas e a vítima seja orientada.

Históricos de casos

Em 2022, o bairro de Itapuã registrou alguns casos de tiroteio. Veja os principais:

25 de agosto

Um turista foi morto a tiros em um hotel de luxo no bairro de Itapuã. Victor Gutemberg Bezerra Ramos, 29, estava tomando sol na área da piscina do Catussaba Resort quando um homem armado abriu o portão de acesso do hotel com a praia e entrou no local, atirando. Victor, que era baiano mas morava em Fortaleza, morreu no local.

09 de maio

Um policial militar foi baleado em uma troca de tiros na região do Abaeté, em Itapuã, Salvador. Ao chegarem ao local, de acordo com a Polícia Militar, uma segunda vítima, não PM, também foi encontrada após ser atingida por disparo de arma de fogo. Ambos foram socorridos ao hospital e não morreram. Na época, outros três policiais militares haviam morrido, vítimas de uma escala de violência na capital baiana.

05 de fevereiro

Um motorista de aplicativo morreu após ser baleado no bairro de Itapuã. O crime aconteceu na Rua Engenheiro Everaldo Freitas, por volta das 21h. Segundo informações da Polícia Militar, Jorge Alberto Albuquerque de Carvalho, 49 anos, foi atingido por disparos dentro de um carro branco. Policiais da 15ªCIPM foram acionados pelo Cicom e, ao chegarem ao local, acionaram uma ambulância do Samu. Jorge foi socorrido para o Hospital Geral do Estado, mas não resistiu aos ferimentos.