Volta às aulas: reunião entre Prefeitura e sindicato termina sem acordo 

Professores ainda querem segunda dose da vacina para volta às aulas presenciais 

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  • Marcela Vilar

Publicado em 5 de maio de 2021 às 14:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/Secom

Para tentar resolver o impasse da volta às aulas presenciais, a prefeitura de Salvador se reuniu, mais uma vez, com a Associação dos Professores Licenciados do Brasil – Secção Bahia (APLB-BA), sindicato que inclui os professores das redes municipal e estadual. A reunião foi realizada nesta quarta-feira, às 11h, a pedido do prefeito Bruno Reis. Nesta segunda, 50 das 433 escolas municipais não tiveram alunos.

Após uma hora e meia de discussão, tudo terminou sem acordo. Além do prefeito e da APLB, estavam presentes o secretário municipal da educação, Marcelo Oliveira e a vice-prefeita Ana Paula Matos. A prefeitura ressalta que avançou na vacinação dos trabalhadores da educação - 100% deste público foi imunizado com a primeira dose.  

Segundo a gestão, Salvador é a primeira cidade no Brasil a atingir essa porcentagem em relação aos profissionais da educação. É inclusive a primeira categoria a ser vacinada em sua totalidade. Bruno Reis novamente apelou para que os professores voltassem às salas de aula.

"Além de imunizar toda a comunidade escolar, temos protocolos rigorosos em todas as nossas unidades e os números da pandemia estão estáveis. Se esses números voltarem a crescer, eu serei o primeiro a voltar atrás e fechar novamente. Mas precisamos dar esse passo, precisamos avançar.”, afirma o prefeito. 

Durante a reunião, Reis insistiu no consenso e pediu que a APLB apresentasse proposta para o retorno, mas o sindicato manteve a posição de só voltar às aulas, ainda que semipresenciais, depois da segunda dose, que só ocorre 90 dias depois da primeira, além de um prazo adicional para se sentirem plenamente seguros da imunidade pretendida.  

Diante do impasse, a APLB informou que reunirá os professores nesta tarde para decidirem os próximos passos do movimento. “O prefeito fez de um novo um apelo e vamos ter uma reunião agora, às 14h, com a categoria, para ver o que eles vão dizer. Quem decide é a categoria e ficamos de devolver o resultado da assembleia para eles”, afirma Oliveira.  

O presidente do sindicato acredita que os professores não mudarão de entendimento. “Acho que vão continuar com a paralisação, que só vão querer mesmo voltar depois das duas doses da vacina, porque pode morrer alguém com as aulas presenciais e nós não queremos isso”, reforça. 

Uma das soluções sugeridas por ele é intensificar o ensino remoto até que a categoria receba a segunda dose, ao mesmo tempo que algumas escolas ajustam o protocolo de biossegurança. Rui ainda disse que o prefeito apresentou dados de estados que voltaram com o ensino presencial, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, mas que não convenceu o sindicato.  

O Secretário Municipal de Educação, Marcelo Oliveira, fez um apelo para que o sindicato não politize o assunto. “As crianças precisam estar no centro de nossas discussões e decisões. Estamos comprometendo três anos letivos e as consequências para o futuro dessa geração são incalculáveis. Não podemos cometer esse erro, essas crianças não podem pagar um preço tão alto. Não é justo com as nossas crianças!”, concluiu. 

*Sob orientação da subeditora Fernanda Varela