Youtube derruba canal de Sara Winter por exposição do nome de menina estuprada

Plataforma diz que ela descumpriu os termos de uso com vídeo que também revelou localização da criança

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  • Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2020 às 12:27

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O Youtube encerrou a conta da extremista de direita Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, por violação dos termos de serviço da plataforma. Ela fez um vídeo expondo nome e localização de uma garota de 10 anos que ficou grávida após ser estuprada pelo tio no Espírito Santo. A menina passou por interrupção da gravidez autorizada pela Justiça no Recife neste final de semana.

O site diz que tem "políticas rígidas que determinam os conteúdos que podem estar na plataforma e encerramos qualquer canal que viole repetidamente nossas regras".Um canal pode ser encerrado se descumprir de maneira recorrente as regras de uso. A cada violação, a conta recebe um aviso. Depois de três alertas, o canal é encerrado.

Depois da divulgação do hospital em que a criança estava, grupos contra o aborto foram até lá protestar. Eles tentaram impedir que o diretor do hospital entrasse na unidade e a polícia precisou ser acionada. Gritos de "assassino" eram ouvidos.

O Ministério Público do Espírito Santo acionou a Justiça e conseguiu retirar a publicação das redes sociais. O órgão diz que Sara descumpriu o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ao expor uma menor, vítima de violência. O MP também quer saber como ela teve acesso à informação.

Sara é um dos 16 perfis de aliados e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que são investigados em inquérito por suspeita de disseminar fake news. Ela foi bloqueada no Twitter e no Facebook no fim de julho, por odem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo assim, refez a conta no Twitter e continuou usando o site. 

A extremista foi presa em 15 de junho, também por ordem do ministro Alexandre de Moraes, que é relator de outro inquérito sobre a organização de atos antidemocráticos no país. Sara é suspeita de ajudar a captar recursos para essas manifestações.

No dia 24 de junho, Moraes autorizou a soltura de Sara, que deveria usar uma tornozeleira eletrônica, entre outras restrições.

Sara é chefe do grupo 300 do Brasil, que apoia o presidente. O grupo se define como militância organizada de direita e foi responsável por um acampamento, com cerca de 30 pessoas, montado na Esplanada no início de maio e desmobilizado no meio de junho.

Leia a nota completa do Youtube:

"O YouTube tem políticas rígidas que determinam os conteúdos que podem estar na plataforma e encerramos qualquer canal que viole repetidamente nossas regras. Aplicamos nossas diretrizes de forma consistente e independente de ponto de vista. Apenas no primeiro trimestre de 2020, encerramos globalmente mais de 1,9 milhão de canais da plataforma. No mesmo período, no Brasil, foram removidos mais de 480 mil vídeos que desrespeitavam nossas políticas."