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Alan Pinheiro
Publicado em 12 de agosto de 2025 às 15:25
Para a estagiária de farmácia Bianca Lima, o dia começa antes das 5h da manhã. Ela é uma das centenas de moradores de São Sebastião do Passé que enfrentam a rotina do transporte intermunicipal para Salvador. Entre as pessoas que passam pelo trajeto para estudar, trabalhar ou visitar familiares, há a insatisfação pelas condições do transporte intermunicipal, citando longas esperas, superlotação e má qualidade da frota.>
De segunda a sexta, Bianca utiliza o transporte universitário gratuito disponibilizado pela Prefeitura para ir à estação Águas Claras, de onde segue para o local do estágio. O problema, no entanto, está na volta para casa, quando a jovem de 23 anos precisa pegar o ônibus intermunicipal. “É justamente nesse ponto que enfrento dificuldades, principalmente nos finais de semana”, disse.>
Entre as queixas da jovem, foram citados como problemas o longo tempo de intervalo entre os ônibus e a superlotação, especialmente nos horários de pico. “Durante a semana, se perder o ônibus das 10h30, o próximo só passa às 12h30. Nos finais de semana, é ainda mais difícil. Se perde às 12h, o seguinte só vem às 14h. A frota de ônibus deveria ser reforçada, especialmente nos horários de maior fluxo de estudantes, trabalhadores e estagiários, como é o meu caso”, desabafa. >
Movimento na BR-324
Bianca, no entanto, não é a única a reclamar sobre o serviço. Assistente administrativa e estudante, Thailane da Cruz reforçou as denúncias sobre a superlotação do transporte e a quantidade do ônibus e se queixou sobre a qualidade da frota. “[Os ônibus] são desconfortáveis, o intervalo de horário é ruim e o atendimento do motorista às vezes também é péssimo. Nunca registrei nenhuma reclamação oficial, mas deixa a desejar”, disse.>
Além do desconforto, o impacto da viagem pesa no bolso. Com a passagem custando entre R$ 16 a R$ 20, um trabalhador que ganha um salário mínimo, atualmente fixado em R$ 1518,00, e precisa realizar os trajetos de ida e volta entre as cidades gasta cerca de 20% de sua renda mensal apenas com o deslocamento.>
Procurada pela reportagem, a empresa Atlântico, que opera a linha entre São Sebastião do Passé e Salvador (ida e volta), respondeu que “os carros da frota periodicamente entram em revisões preventivas, cumprindo com o estabelecido pela empresa e não temos indicadores de corretivas e sim de prevenção”. Sobre os intervalos, a Atlântico informou que age conforme a demanda de passageiros.>
O trecho entre as duas cidades conta com quatro veículos, que fazem 22 viagens ao todo por dia útil. A capacidade oficial varia conforme o ônibus. Segundo a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agerba), a quantidade varia de 75 a 90 pessoas por veículo.>
Questionada sobre a fiscalização no trecho e o número de reclamações formais, a Agerba informou que seis reclamações foram registradas contra a Atlântico em 2025 até a última sexta-feira (8). O mesmo período no ano anterior registrou um número de 19 reclamações.>
*Esta matéria contou com uso de inteligência artificial>