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Oscar Valporto: a Copa do Brasil e suas lições aos brasileiros

  • D
  • Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2014 às 06:26

 - Atualizado há 3 anos

Durante um mês mais de 15 milhões de pessoas - quase um milhão de estrangeiros - andaram de um lado para outro do Brasil, mobilizados pela Copa do Mundo de futebol.  O sucesso do Mundial foi alvo de elogios dos jornalistas e dos visitantes. Os problemas encontrados não foram diferentes de outras Copas em outras partes do planeta. A recepção calorosa dos brasileiros apaixonados por futebol aos torcedores estrangeiros compensou algumas dificuldades com a comunicação e a infraestrutura. A primeira lição da Copa do Mundo é que o Brasil tem condições de sediar qualquer evento; e os Jogos Olímpicos do Rio 2016 têm tudo para ser um sucesso semelhante. Mas a Copa do Mundo deixou também uma lição amarga.

A outrora poderosa Seleção Brasileira não conseguiu passar pela defesa do México, penou para derrotar antigos fregueses do continente como Chile e Colômbia e foi eliminada com uma goleada histórica: os 7x1 da Alemanha foram a maior goleada já sofrida por uma seleção anfitriã,  a maior sofrida pela Seleção Brasileira.   A superioridade alemã - sobre um Brasil desfalcado de seu único craque, Neymar, e sem seu capitão e mais confiável defensor, Thiago Silva - não foi surpresa; o massacre tático e técnico, entretanto, deveria ter sacudido as estruturas do futebol brasileiro. A CBF limitou-se a trocar a comissão técnica. E trouxe de volta Dunga que, depois dos quatro anos dirigindo a Seleção até a eliminação no Mundial da África do Sul, pouco mostrou como treinador. Os sinais da decadência do nosso futebol estão por toda parte. Não é apenas a Seleção. Não houve clubes brasileiros na final da Copa Libertadores nem da Sul-Americana.  A geração de Kaká e Ronaldinho Gaúcho - dois vencedores do prêmio de melhor do mundo - não teve sucessores com o mesmo talento. Neymar, com 22 anos, é o craque solitário de sua geração que tem outros bons jogadores, como Oscar, mas nenhum outro extraclasse. É muito significativo que entre os finalistas do prêmio de melhores do ano não haja nem um jogador de meio-campo do Brasil. Depois da Copa do Brasil, as seleções campeãs de 2010 e 2014 já deram passos em direção da renovação. A Espanha, precocemente eliminada, viu Xavi, David Villa e Xabi Alonso se aposentarem; o técnico Vicente Del Bosque convoca novos talentos - como Isco, já disputando vaga no Real Madrid - para somar-se a David Silva e Iniesta. Os espanhóis têm uma safra de campeões europeus sub-21. O capitão Lahm, o artilheiro Klose e o zagueiro Mertesacker também anunciaram aposentadoria da seleção alemã; mas Joachim Löw também tem uma safra de jovens talentosos para o futuro. O Brasil precisa aprender com as lições da Copa do Mundo porque tem pela frente o que será, provavelmente, a mais disputada eliminatória sul-americana. A Argentina - de Messi e Di María - mostrou sua força aqui. A geração de James Rodríguez tornará a Colômbia, segunda colocada nas eliminatórias para o Mundial do Brasil, um adversário mais perigoso. O Chile também mostrou suas garras aqui. O Uruguai ainda será a celeste de Cavani e Suárez. A camisa amarela do Brasil ainda pesa muito, mas é bom não facilitar. Os 7x1 da Alemanha não devem ser esquecidos. Ao contrário, devem ser lembrados todos os dias até que os responsáveis pelo futebol brasileiro tenham noção da urgência de mudar o rumo.