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Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 05:00
- Atualizado há um ano
O amistoso internacional do Bahia na Flórida – contra o Orlando City, time do brasileiro Kaká – no sábado serve realmente para projetar a marca do clube no exterior e para aproximação com o mercado americano, já que a Major League Soccer está se desenvolvendo rapidamente e a indústria esportiva dos Estados Unidos é a maior do mundo. Mas os transtornos causados pelo agendamento de um amistoso em meio a duas competições tornam bastante duvidosa a relação custo-benefício do jogo contra um adversário que está em plena pré-temporada, boa época para esse tipo de partida. Como o amistoso foi marcado sem acordos anteriores com os organizadores do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste, o Bahia ficou na esdrúxula situação de ter dois jogos marcados para o mesmo dia 9 de março. A Federação Bahiana e seus parceiros concordaram em adiar o jogo contra o Galícia, marcado inicialmente para este fim de semana, para o dia 9, única data disponível no calendário do estadual; a CBF e seus parceiros não concordaram em adiar o jogo contra a Juazeirense pela Copa do Nordeste de 9 de março para outra data. O Bahia reclama, reclama, mas nada pode fazer a não ser escalar dois times diferentes para jogos no mesmo dia.Agora, ficamos sabendo de novo transtorno: o time do Bahia vai ter que viajar em duas partes para a Flórida. Um grupo menor segue quinta-feira e fica fora do jogo contra o Confiança pela Copa do Nordeste no mesmo dia. A maioria – titulares, inclusive – segue viagem na sexta, véspera da partida. E, por conta desse sacrifício, o técnico Doriva pretende escalar reservas para o jogo contra o Orlando City, na noite de sábado. O Bahia só deve estar de volta a Salvador na segunda-feira. E, na quarta, já tem jogo, de novo contra o Confiança, agora em Sergipe. A maratona seguirá com jogo contra o Bahia de Feira em Senhor do Bonfim, no domingo, dia 6, as duas partidas no mesmo dia, na quarta, 9, e o Ba-Vi no domingo, dia 13. Parece muito sacrifício para um amistoso internacional. Menos mal que o Bahia largou bem nas duas competições, com 100% de aproveitamento e vantagens que deixam o clube perto da classificação no Baiano e na Copa do Nordeste. Menos mal também que o Orlando City – apesar do astro e capitão Kaká – não chega a ser uma força do futebol americano: foi apenas o sétimo colocado na Conferência Leste da MLS em 2015, ficando fora dos playoffs. Mesmo com os reservas, o Bahia não parece ameaçado de passar vexame, já que o time americano está em pré-temporada e ainda não deve ter o meia italiano Nocerino, principal reforço para 2016. Ainda assim, para uma ação de marketing, o preço é muito alto.ARENA TRICOLOR Só quem não acompanha as notícias do Brasil – o que certamente não é o caso do jornalista Marcelo Sant’Ana, presidente do Bahia – ignora os problemas da concessionária da Itaipava Arena Fonte Nova, causa principal de o clube ter sido obrigado a negociar “com três presidentes, vários diretores e gerentes”, nas palavras do seu dirigente. E, como o próprio Sant’Ana ampliou o contrato com a Fonte Nova até 2018, depois do fim de seu mandato, as novas críticas à administração do estádio parecem também parte de estratégia política ou plano de marketing. Apesar da torcida do Vitória lotar a nova arena sempre que o Leão joga lá, Bahia e Fonte Nova estão ligados porque o futuro de um depende do outro.REALIDADE BRASILEIRANada mais impressionante, nos dados divulgados pela Diretoria de Registros da CBF, do que a dura realidade dos jogadores: dos 28.203 atletas com contrato, 82,4% (mais de 23 mil) ganham menos de R$ 1 mil. E outros 22 mil sequer têm vínculos profissionais.
*Oscar Valporto é editor-chefe e escreve às quartas-feiras e domingos.