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Oscar Valporto
Publicado em 21 de fevereiro de 2016 às 11:57
- Atualizado há 2 anos
A Copa Libertadores da América começou para valer e já deu para sentir que os brasileiros vão ter muitas dificuldades - como em 2014 e 2015, quando não tivemos times do país na final. As cinco equipes do Brasil estrearam e só o Atlético Mineiro - que ganhou, de virada, no Peru - mostrou futebol para disputar o título. Foi só a primeira rodada, é verdade; mas o Galo largou em vantagem na comparação com os três paulistas e o Grêmio. E também em relação à maioria dos rivais de países vizinhos.A grande vantagem do Atlético é a manutenção, em 2016, da espinha dorsal do time vice-campeão brasileiro de 2015. O goleiro Victor, os laterais Marcos Rocha e Douglas Santos, o zagueiro e capitão Leonardo Silva, os volantes Leandro Donizete e Rafael Carioca e os atacantes Luan e Lucas Pratto estavam no elenco do ano passado, com Levir Culpi, e enfrentaram o Melgar sob o comando do uruguaio Diego Aguirre. O time mineiro dominou o jogo, criou chances, venceu por 2x1 e podia ter feito mais. Para animar a torcida, o Galo ainda terá os reforços de Dátolo e Thiago Ribeiro - remanescentes de 2015 que recuperam-se de lesões - e dos recém-contratados Robinho e Cazares, meia equatoriano.A largada do Galo foi animadora: além do time mineiro, só o Corinthians, entre os brasileiros, venceu na estreia. Foi um jogo horroroso, num gramado terrível, e o campeão brasileiro mostrou as dificuldades de um time que está sendo reformado após ser dilapidado. A vitória foi excelente, o futebol preocupante - apesar do desconto pelo estado do campo de jogo.Os outros resultados brasileiros foram ruins. Mesmo empatando fora de casa, o Palmeiras não mostrou bom futebol contra o River uruguaio, que tende a ser o mais fraco no grupo que tem o Nacional, do Uruguai, e o Rosário Central, da Argentina. O Grêmio perdeu (0x2) para o Toluca, no México, e a altitude não é desculpa para as falhas da defesa e a falta de criatividade em outro grupo difícil, com os chilenos da LDU e os argentinos do San Lorenzo. E o São Paulo perdeu, no Pacaembu, para o fraquíssimo The Strongest, que não vencia na Libertadores, fora de casa, há quase 20 anos. São sinais de como vai mal o nosso futebol.NordestinasA Copa do Nordeste chegou à segunda rodada e os times 100% mostram ser os principais candidatos ao título. O principal favorito - obviamente - é o Sport, time de Série A, que manteve parte do elenco que fez boa campanha na elite ano passado. Também com duas vitórias, Sampaio Corrêa e Bahia, que frequentaram o G-4 da Série B, mas não conseguiram o acesso, animam as torcidas com times remodelados. O Tricolor baiano fez, na vitória sobre a Juazeirense, sua melhor partida no ano.É para levar a sério?A CBF criou um Comitê de Reformas para propor mudanças na gestão. É difícil levar a sério qualquer iniciativa lançada sob inspiração de Marco Polo Del Nero e José Maria Marin, mas devemos ficar de olho. Entre 17 integrantes do comitê, estão o técnico Carlos Alberto Parreira, Carlos Alberto Torres, capitão da seleção tricampeã no México-70, a baiana Formiga, medalhista olímpica com a seleção feminina, e o presidente da Federação Baiana, Ednaldo Rodrigues.Vai fazer faltaDesde que foi convocado pela primeira vez, aos 17 anos, em 2002, o pivô Tiago Splitter tornou-se uma referência na seleção brasileira de basquete. Destaque no campeonato espanhol por quase 10 anos, jamais deixou de representar o Brasil e acabou sendo sempre titular, com as constantes ausências de Anderson Varejão e, principalmente, Nenê. Contratado pelo San Antonio Spurs, consolidou carreira na NBA - em 2014, ajudou, começando como titular na maioria dos jogos, o time a conquistar o título no melhor basquete do mundo. Com lesão no quadril, Tiago foi operado, perderá o resto da temporada do Atlanta Hawks, seu novo time, e deve ficar de fora do torneio olímpico. O técnico do Brasil, o argentino Rubén Magnano, diz que vai esperá-lo. Tem razão: Tiago Splitter fará muita falta ao Brasil. Faltam 166 dias para os Jogos Olímpicos do Rio 2016.