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Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2014 às 04:31
- Atualizado há 3 anos
Meninos de todas as idades compram figurinhas nas bancas para completar seu álbum e fazem trocas nas escolas, nos babas, nos escritórios. Vai ter Copa do Mundo e vai ser no Brasil. As lojas anunciam promoções de TVs enormes, com prestações a perder de vista; bares e restaurantes compram novos aparelhos para a freguesia não perder um minuto da Seleção, do Messi, do Cristiano Ronaldo. Vai ter Copa do Mundo e vai ser no Brasil. As repartições públicas e empresas particulares preparam seus esquemas para liberar os funcionários no dia de jogo da Seleção. Faltam 36 dias e não se fala de outra coisa por aqui: vai ter Copa do Mundo e vai ser no Brasil. >
Já está assim no momento em que escrevo e vai crescer hoje quando, com transmissão direta pela TV por canais abertos e fechados, Luiz Felipe Scolari anunciar a lista dos brasileiros para tentar a conquista do Mundial de futebol pela sexta vez. Os debates sobre o time vão tomar conta da TV, dos rádios e das redes sociais. Eu vou reclamar da ausência de Kaká, alguém lá em São Paulo vai argumentar que Luís Fabiano ainda é o melhor centroavante do Brasil, haverá polêmica sobre zagueiros e laterais reservas. Não vai ter polêmica como a ausência de Romário em 2002 ou de Ronaldinho e Neymar em 2010, mas, assim mesmo, a convocação será o assunto do dia e dos próximos dias. Faltam 36 dias e vai ter Copa.>
Teremos, é claro, aqueles paladinos do mau humor e do pessimismo que vão lembrar dos estádios ainda inacabados - todos do Nordeste estão prontos e a maioria desde o ano passado, faço questão de lembrar - e das obras de infraestrutura que só serão concluídas depois do Mundial. Outros vão insistir que Copa do Mundo só serve para a Fifa ganhar dinheiro, que o Brasil devia investir em educação, saúde e transporte público. Sempre vão encontrar seus grupos nas redes sociais: eles são também contra trio elétrico no Carnaval, shows no Réveillon, festivais de rock, patrocínio a esportes olímpicos e contra o futebol em geral. Mas vai ter Copa, vai ser no Brasil e eles terão assunto até o fim do ano, com diferentes enfoques caso a nossa Seleção seja campeã ou fracasse.>
Após Felipão anunciar os nomes e dar a partida na reta final dos preparativos para o Mundial, os nossos black bobos talvez convoquem alguma manifestação para dizer ‘não vai ter Copa’, que, como sempre, começará pacífica e terminará em pancadaria depois que eles provocarem e/ou atacarem policiais - o que for preciso para garantir mais alguns minutos de fama e holofote nos veículos de comunicação que tanto desprezam. Os manifestantes mascarados estão excitadíssimos com a Copa do Mundo no Brasil: querem aproveitar os holofotes do planeta para divulgar sua agenda.>
Vai ter Copa e devemos fazer todos como os black bobos: vamos aproveitar ao máximo o Mundial no Brasil. Quem gosta de futebol, dê um jeito de ver o máximo de Neymar, de Messi, de Iniesta, de CR7, de Pirlo, de Ozil, de Suarez, de Hazard, de Drogba. Se puder, assita ao vivo um espetáculo padrão Fifa, com conforto, organização e bom futebol.>
Quem gosta de festa, também vai se divertir. Torcedores e turistas estrangeiros sabem que vai ter Copa e estarão aqui para festejar, dançar, beber, comer e conhecer brasileiros e brasileiras. Vá a uma fan fest, eu recomendo: ótimo programa ver o jogo no telão, num clima de Mundial, gente do mundo inteiro misturada, sem os compromissos de ter que ir ao estádio. E, com tanta gente na rua, Copa do Mundo também é uma ótima oportunidade para fazer negócio, ganhar algum, faturar com o clima de festa e o interesse dos turistas pelo país do futebol.>
Faltam 36 dias e é hora de escolher seu time: de um lado, irão ficar aqueles que vão torcer pelos problemas, para celebrar seu pessimismo; do outro, estarão quem optou por aproveitar a festa. Vai ter Copa.>