Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Pombo Correio
Publicado em 16 de junho de 2025 às 17:35
O Diário Oficial do Estado da Bahia tem revelado o que muitos já sinalizaram nos bastidores: o governo Jerônimo Rodrigues (PT) virou uma máquina de alocação política, com cargos sendo usados para contemplar derrotados nas eleições de 2024 e ex-prefeitos que perderam espaço no cenário municipal. >
A estrutura do governo virou um grande palanque eleitoral disfarçado de gestão pública. Somente em duas edições recentes do Diário Oficial, uma série de nomeações chamou atenção pela evidente motivação político-eleitoral. Entre os contemplados estão: Marco Aurélio dos Santos Cardoso, ex-prefeito de Santana, nomeado assistente especial (DAS-2A) na Casa Civil, com exercício na Secretaria de Relações Institucionais (Serin); Júlio Pinheiro dos Santos Júnior, ex-prefeito de Amargosa, também nomeado como assistente especial (DAS-2A), para atuar na Serin; Renan Antônio Viana Brandão, candidato derrotado a vereador em Salvador, agora assistente II (DAS-3), também na Serin; José Tiago Passos Ferreira, ex-vereador de Salvador e candidato derrotado na tentativa de reeleição, nomeado para o mesmo cargo e órgão.>
Além deles, foram nomeados: Hyran Michel Mendonça Marques, candidato a prefeito derrotado em Rio do Pires, agora assistente II (DAS-3), na Serin; Adélia Pinheiro, ex-secretária e candidata derrotada à prefeitura de Ilhéus, alocada como assistente especial (DAS-2A) no Gabinete do Governador. A lista não para por aí. Em edições subsequentes do Diário Oficial, foram nomeados: Dernival Oliveira Júnior, ex-secretário de Paulo Afonso, como assistente II (DAS-3), também na Serin; Marcel Carneiro de Carvalho, ex-prefeito de Paratinga, como assistente I (DAS-2C); Marconi Daniel Melo Alencar, ex-prefeito de Paulo Afonso, como coordenador técnico (DAS-2D); Roberval de Cássia Meira, ex-prefeito de Dom Basílio, nomeado para o cargo de diretor, símbolo DAS-2B, da Diretoria de Terminais da Superintendência de Infraestrutura de Transportes da Bahia, vinculada à Secretaria de Infraestrutura (Seinfra).>
O movimento escancara a estratégia de Jerônimo Rodrigues: usar a estrutura administrativa do Estado para manter aliados sob sua órbita, mesmo quando rejeitados pelas urnas ou sem mandato. A Secretaria de Relações Institucionais, que deveria articular políticas entre Estado e municípios, se tornou uma espécie de refúgio político, um “purgatório de luxo” para quem perdeu as eleições, mas ainda é útil eleitoralmente.>