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PF encontra R$ 3 mi na casa de servidor do governo; Jerônimo diz que não vai 'soltar a mão' de aliados

O montante foi encontrado dentro de gavetas da residência do petista, em Salvador

  • Foto do(a) author(a) Pombo Correio
  • Pombo Correio

Publicado em 27 de junho de 2025 às 21:03

Marcel Carneiro (PT), ex-prefeito de Paratinga, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues
Marcel Carneiro (PT), ex-prefeito de Paratinga, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues Crédito: Divulgação

A Polícia Federal apreendeu mais de R$ 3,2 milhões em dinheiro vivo na casa de Marcel José Carneiro de Carvalho (PT), ex-prefeito de Paratinga e atual servidor da Secretaria de Relações Institucionais (Serin) do governo da Bahia, durante a nova fase da Operação Overclean, deflagrada nesta sexta-feira (27).

O montante foi encontrado dentro de gavetas da residência do petista, em Salvador, acondicionado em maços de notas de R$50 e R$100. A contabilização do dinheiro foi iniciada durante a manhã, quando a operação foi iniciada, e só terminou no final da tarde desta sexta.

O montante foi encontrado dentro de gavetas da residência do petista, em Salvador,
Montante foi encontrado dentro de gavetas da residência do petista, em Salvador, Crédito: Divulgação

Carneiro foi nomeado em maio deste ano no quadro da Serin, cujo titular é Adolpho Loyola, e é também pré-candidato a deputado estadual pelo PT. Além dele, a operação mirou dois prefeitos do interior, todos ligados à base política do governador Jerônimo Rodrigues (PT): Humberto Raimundo, popularmente conhecido como Beto (PT), de Ibipitanga, e Alan França (PSB), de Boquira.

Os dois prefeitos foram presos em flagrante pelos agentes federais por porte ilegal de arma de fogo. Durante o cumprimento dos mandados nas casas dos gestores, foram apreendidas com eles uma escopeta e um revólver, além de uma carga de munição.

A investigação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, apura um esquema de desvio de emendas parlamentares, com fraudes em processos licitatórios, superfaturamento de contratos e pagamento de propina.

Apesar da gravidade das suspeitas e do flagrante com milhões em espécie, o governador Jerônimo Rodrigues evitou qualquer gesto de afastamento ou cobrança pública de apuração rigorosa. O petista disse que não costuma “soltar a mão aqueles que caminham” com ele.

“Todos têm relação com a gente, são da minha base. Eu vou esperar a apuração dos fatos. Não tenho o costume de soltar as mãos daqueles que caminharam comigo. É preciso neste momento a gente aguardar o que a Justiça vai apresentar, dar o direito deles responderem, nós sempre dissemos e tratamos dessa forma”, disse o governador.

Jerônimo defendeu o direito de defesa dos aliados e ressaltou que não pode abrir mão do apoio a eles. “O amparo e o apoio às pessoas que nos acompanham a gente não pode de forma nenhuma abrir mão, mas é preciso que eles tenham bons advogados para poder tratar a pauta delas”, afirmou, sem mencionar o afastamento de Marcel da função pública ou a necessidade de apuração interna no governo.

Operação 

Deflagrada com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal, a nova fase da Overclean mobilizou agentes da PF para o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão e três ordens de afastamento de servidores públicos nas cidades de Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga. Os mandados foram autorizados pelo ministro Kassio Nunes Marques, do STF.

As investigações apontam que, entre 2021 e 2024, os prefeitos atuaram em conluio com empresários para desviar recursos públicos por meio de fraudes em processos licitatórios, superfaturamento de contratos e pagamento de propina, usando emendas parlamentares como principal fonte de verba. Os crimes sob apuração da PF incluem corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e participação em organização criminosa.