Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Yan Inácio
Publicado em 11 de setembro de 2025 às 20:07
Um aluno relatou ter sido vítima de gordofobia durante uma aula do curso de medicina veterinária da Unijorge, em Salvador. O caso aconteceu na quarta-feira (10). O aluno abriu uma reclamação na ouvidoria da instituição de ensino. >
O jovem, que não quis se identificar, disse que se sentiu constrangido ao entrar na sala de aula e precisar sentar em uma cadeira adaptada para pessoas gordas que estava afastada, no canto da sala de aula. “Essa cadeira estava em um local completamente isolado, de outra cor das outras cadeiras, dos demais colegas, no fundo da sala, deixando a pessoa gorda num local de visibilidade, de exclusão”, disse o advogado Ives Bittencourt, que denunciou o caso nas redes sociais.>
“Eu geralmente sento espremido nas outras cadeiras para não passar essa vergonha, só que ontem não tinha vaga porque cheguei atrasado”, comentou o estudante. Segundo o aluno, ao se encaminhar para o local, percebeu olhares, risadas e piadas vindas de colegas de turma. Ele conta que apesar do constrangimento, se manteve na sala de aula, onde teve crises de ansiedade e não conseguiu prestar atenção no que o professor estava dizendo. “Foi humilhante”, disse. >
Depois da agressão, o estudante formalizou uma reclamação na ouvidoria da universidade privada. De acordo com o advogado, o jovem, que está no primeiro semestre do curso, se sentiu envergonhado depois do constrangimento, parou de frequentar as aulas e pensa em trancar a faculdade. Agora, ele e o advogado pretendem judicializar o caso para buscar reparação na Justiça.>
A Lei Brasileira de Inclusão exige que sejam disponibilizadas cadeiras com diâmetros maiores e suporte de até 250 quilos para pessoas com mobilidade reduzida, como pessoas obesas, em diversos ambientes, como instituições de ensino. Na visão do advogado Ives Bittencourt, a medida reforça preconceitos quando não há devidas práticas de inclusão.>
“A gente observa que é uma forma de mascarar o espaço. Não somos um espaço gordofóbico, aqui não tem gordofobia, porque nós temos a cadeira. Mas não é só ter a cadeira, é saber posicionar essas cadeiras para que as pessoas não se sintam violadas quando elas forem utilizar”, explicou o bacharel. O caso aconteceu no Dia de Luta Contra a Gordofobia.>
Procurada, a Unijorge informou que irá apurar a situação, para prestar suporte e acolhimento ao estudante. "A instituição disponibiliza todos os recursos de acessibilidade exigidos pelo Ministério da Educação e cumpre todos os critérios estabelecidos pelos Indicadores de Qualidade da Educação Superior", acrescentou a instituição.>
Confira a nota completa: >
A Unijorge reafirma seu compromisso com a inclusão, o respeito e o bem-estar de todos os alunos, e repudia qualquer forma de discriminação. A instituição irá apurar a situação, para prestar suporte e acolhimento ao estudante.>
A instituição disponibiliza todos os recursos de acessibilidade exigidos pelo Ministério da Educação e cumpre todos os critérios estabelecidos pelos Indicadores de Qualidade da Educação Superior, mantendo-se entre as instituições privadas mais bem avaliadas do Brasil.>
Além das exigências obrigatórias, conta com o Núcleo de Acessibilidade, que oferece suporte personalizado e acompanhamento inclusivo para estudantes com diferentes necessidades, respeitando suas limitações e fortalecendo suas potencialidades.>