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Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2022 às 21:47
Três meses após a morte de Eloá Rastele de Oliveira, 11 anos, que faleceu após ser atropelada enquanto tentava atravessar a pista da Avenida Bonocô, às 16h20 do dia 19 de junho deste ano, o condutor do veículo segue solto e o inquérito ainda não foi concluído >
No dia do incidente, o homem fugiu do local sem prestar socorro à vítima. O caso, que está sendo investigado pela 6ª Delegacia Territorial de Brotas, tinha o prazo de 30 dias para entrega do inquérito, segundo informado a mãe da jovem, Valdenice Xavier Rastele, 35.>
No entanto, ainda não foi cumprido. Questionada, a Polícia Civil (PC-Ba) afirmou que o procedimento está em fase final e que “todas as testemunhas já foram ouvidas e o condutor do veículo se apresentou na unidade policial. O delegado aguarda o encaminhamento dos últimos laudos para remeter o processo ao Judiciário”. >
Um dos laudos citados na nota é o exame toxicológico do motorista envolvido no atropelamento. Segundo Valdenice, a informação que recebeu na delegacia, foi de que o resultado ainda não estava pronto. Procurado, o Departamento Médico Legal (DPT) - responsável pela análise -, não respondeu até o fechamento desta matéria. >
Impunidade Na última segunda-feira (26), Eloá Rastele completaria 12 anos. Para sua mãe, a falta de respostas a revolta tanto quanto a angustia. O choque pela partida prematura da filha permanece o mesmo.>
“Pois é, não está sendo fácil. Até hoje não ter uma resposta das autoridades é angustiante e revoltante. Passar por todo esse sofrimento e dor insuportáveis, enquanto o culpado está aí livre como se nada tivesse acontecido”, desabafa Valdenice.>
Seu sonho era ver a filha formada. “Ele tirou a vida de uma criança e acabou com o sonho de uma mãe, que era ver minha filha se formando", lamenta.>
Como aconteceu Aos domingos, Eloá costumava sempre estar na Igreja, participando em um grupo de crianças, como fez na tarde em que morreu. Dessa vez, na saída, o grupo decidiu ir para a quadra do canteiro central da Bonocô e assistir uma partida de futebol. Boa parte deles conseguiu passar sem problemas. Eloá, sozinha, não.>
"Eles conseguiram passar, mas, na hora que todo mundo foi, uma amiguinha segurou ela e não deixou ir. Porém, Eloá foi sozinha. Na hora, um carro branco freou em cima dela. Sem saber se ia ou voltava, ela foi pra frente e um carro preto atropelou minha filha", relatou Valdenice, na época.>
Quem atropelou Eloá fugiu sem prestar socorro. A Polícia Civil (PC), foi procurada para responder sobre a localização do suspeito, mas respondeu que ainda não poderia conceder detalhes sobre. "A apuração está em andamento e detalhes não estão sendo divulgados para não interferir no andamento do caso", escreveu a PC. >
A família mostrou revolta com a situação. Para o pai de Eloá, o que mais incomodava era o fato do condutor não ter prestado socorro, reduzindo suas chances de sobrevivencia. "Provavelmente, ele estava com o pé fundo, acelerando. Mas precisava ter parado, prestado socorro a ela e levado para emergência. Eu acredito que, se tivesse feito isso, as chances dela de sobreviver seriam muito maiores e não estaríamos aqui chorando a morte da minha filha como estamos fazendo agora", opinou Eliabe. >
Eloá foi sepultada no dia 21 de junho, na área de memorial do cemitério Quinta dos Lázaros. Na ocasião, ao menos 100 pessoas foram até o local para se despedir da jovem. Das 10h30, quando começou o velório, até às 12h, quando ela foi enterrada, entre familiares, amigos e conhecidos, o choro e a sensação de choque pela partida prematura da pequena eram comuns.>