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Barbeiro denuncia caso de racismo após atender cliente: 'Me chamou de macaco'

Douglas Moreira, de 24 anos, foi atacado após realizar o corte na casa do cliente, no bairro do Rio Vermelho

  • D
  • Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2022 às 17:06

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Reprodução/Redes Sociais

O jovem barbeiro Douglas Moreira, de 24 anos, denunciou um caso de injúria racial e agressão física que sofreu após atender Diego Filgueiras, conhecido como DJ Zilla. O caso aconteceu na última sexta-feira (21), na casa de Diego, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Segundo o relato, Douglas, que é um homem negro, foi chamado de "preto imundo" e de "macaco" por Zilla e a mãe dele.

"Eu já havia cortado o cabelo dele algumas outras vezes, no final do meu serviço de corte, tinha já arrumado meu material e solicitando uma moto por aplicativo para poder ir para casa. Quando o motociclista havia chegado no local a mãe do “cliente”, que estava no quarto, saiu até a sala, alegando que ela não era uma faxineira para ter que limpar o cabelo que ficou após o corte", conta Douglas em publicação nas redes sociais.

Ainda de acordo com Douglas, a mãe de Zilla ficou parada na porta da casa impedindo sua saída e o obrigando a escutar suas ofensas. "Foi quando ele (Zilla) se levantou do sofá, com sangue nos olhos, dizendo que eu não era humilde, e que meu serviço era uma bosta, que eu era sujo, um preto imundo. Me senti acuado quando, na saída da casa dele, ele me chamou de macaco", relatou.

Douglas então teria respondido às ofensas e xingado de volta, mas logo depois foi agredido fisicamente. "Quando eu subi as escadas (do prédio em que Zilla mora), percebi que ele subiu correndo atrás de mim, e me deu um soco no rosto, e no meu corpo, eu me esquivei das outras agressões."Eu me controlei a todo instante, não fiz nada no momento para não perder minha razão, pois essas pessoas têm o costume de agredir e ofender e querer se tornar a vítima... pensam que ainda estamos no tempo da escravidão. Saí de lá com um sentimento de impotência e fracasso, tudo aquilo que eu temia aconteceu comigo, sempre 'estive' preparado para algo assim, mas é muito diferente ao vivo e a cores. Até onde nós negros estaremos sujeitos a isso?", desabafou Douglas.

Após o ocorrido, Douglas conta ainda que precisou ir até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santo Antônio, localizada no bairro de Roma, por sofrer com pressão alta e forte dor de cabeça. O barbeiro também passou por um exame de corpo de delito e registrou um boletim de ocorrência.

O caso foi registrado na 7ª Delegacia Territorial do Rio Vermelho, que instaurou um inquérito policial para apurar o crime de injúria racial. As circunstâncias do fato estão sendo investigadas pela Polícia Civil.

O DJ Diego Filgueiras foi procurado, mas não se manifestou até o momento desta publicação.