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Thais Borges
Publicado em 12 de fevereiro de 2017 às 08:35
- Atualizado há 2 anos
Ligada à 15ª Companhia Independente da Polícia Militar (Itapuã), a Base Comunitária de Segurança (BCS) do Bairro da Paz também usa o WhatsApp para se comunicar com os moradores. Segundo o major Marcelo Franco, comandante da 15ª, o capitão e a tenente que comandam a base mantêm cinco ou seis grupos no aplicativo com moradores. “Até mesmo as informações da base são divulgadas por lá”, conta.Policiais da 15ª Companhia Independente de Polícia Militar monitoram a movimentação na região de Itapuã (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)Segundo o capitão Bruno Ramos, porta-voz da PM, hoje, o WhatsApp é utilizado por boa parte das BCS e das companhias. “Arrisco a dizer que 50% das bases já colocam o telefone à disposição. O WhatsApp é uma realidade hoje, uma ferramenta que facilita a comunicação e diversas unidades estão se valendo dela. Mas é uma iniciativa particular de cada comando”, completa ele, que diz que, por enquanto, a PM, enquanto corporação, não deve adotar um número no aplicativo. “Não sei se é administrável um único número para o estado inteiro. Então, é melhor mesmo que seja pulverizado”.>
A instalação de BCSs é um dos principais projetos da Polícia Militar para promover a aproximação com os moradores. Desde 2011, já são 11 somente em Salvador; em Lauro de Freitas e em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), além do interior do estado (duas nos municípios de Feira de Santana, no Centro-Norte; Vitória da Conquista, no Centro-Sul e Porto Seguro e Itabuna, ambas no Sul). A próxima vai ser inaugurada no bairro de Narandiba, em Salvador. Segundo a PM, 95% das obras já foram concluídas. Além da comunicação, as BCSs tentam se aproximar das comunidades desenvolvendo projetos sociais, especialmente para jovens e idosos. De acordo com o capitão Bruno, apesar de o modelo de policiamento comunitário ser inspirado em um projeto japonês, a Bahia tem isso como diferencial.“A polícia japonesa, a Jica, pontua que isso é um ponto positivo da polícia da Bahia. O modelo de policiamento comunitário está em vários locais do mundo, mas não existe essa interação de projeto comunitário. A gente procura identificar valores em nossos policiais e empregamos projetos nesses locais de artes marciais, de música, artes plásticas, fotografia... Isso tudo fora o básico que é oferecido, que são os centros digitais de cidadania”. Outros quatro batalhões e comandos usam a ferramenta O uso do WhatsApp para se comunicar de forma rápida e direta com a polícia não é exclusividade da 15ª Companhia Independente da Polícia Militar (Itapuã).Embora os moldes sejam um tanto diferentes, há pelo menos mais uma CIPM em Salvador com o aplicativo, além de batalhões nas cidades de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), e comandos em Feira de Santana, no Centro-Norte do estado, e Porto Seguro, no Sul da Bahia.Na capital, há cerca de oito meses, a 13ª CIPM (Pituba) oferece o número (71) 99984-8551 para demandas por WhatsApp.“É uma ferramenta que auxilia bastante. A gente já conseguiu algumas prisões por conta de informação de WhatsApp e a comunidade tem algumas demandas. Isso facilita bastante”, afirma o major Elbert Vinhático, comandante da 13ª Companhia Independente.Na área da Pituba, eles também costumam oferecer o “curso de porteiros”, mas o WhatsApp é mais aberto. Segundo o major Vinhático, a companhia recebe de dez a 15 informações através do aplicativo por dia. Hoje, ele estima que de 15% a 20% das ocorrências atendidas pelas guarnições da 13ª tenham chegado por meio das mensagens. “Quando a gente começou a divulgar (o número), recebia mensagem de tudo quanto era lugar de Salvador”, lembra o major.O aplicativo WhatsApp não é usado somente por moradores, mas por comerciantes, escolas e agências bancárias. O major conta que, há três meses, um homem chegou em um banco do bairro e queria descontar um cheque, mas a assinatura não conferia. “A gerente passou a mensagem e descobrimos que ele tinha falsificado a assinatura e queria roubar”. O suspeito foi preso em flagrante.Ainda de acordo com o major Vinhático, as demandas são grandes, mas a parceria com o bairro – especialmente com o Conselho de Segurança – é fundamental.“Se tem algo suspeito na região, a viatura vai. Se tiver que ir dez vezes, a viatura vai dez vezes. Nós não conseguimos fazer segurança pública sozinhos. Não tem como. Então, (o WhatsApp) é um mecanismo que nós encontramos para essa aproximação com a comunidade”, explica o major.>