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Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2021 às 08:23
- Atualizado há 2 anos
Preso sob a suspeita de descartar dos corpos de Bruno e Yan Barros, mortos após furtarem carne no supermercado Atakarejo, em Salvador, o jovem Michel da Silva Lins, 21 anos, foi solto na noite desta quarta-feira (14) após ter a prisão temporária revogada. A informação foi confirmada pela família.>
Os familiares e amigos do motoboy fizeram dois protestos contra a prisão dele. O motivo da prisão é que a moto de Michel foi flagrada em imagens pela polícia. No entanto, segundo Yngrid Freitas, esposa de Michel, no dia do crime, o motoboy teria emprestado o veículo a um conhecido, já que estava de folga do trabalho. O homem, também motoboy, teria transportado o passageiro envolvido nas execuções de Bruno e Yan, e não Michel. O motoboy ficaria preso por 30 dias, para investigação.>
“O próprio menino que pegou a moto já foi dar depoimento à polícia, a tia do menino Yan está com a gente na manifestação, ela mora aqui na rua e conhece Michel desde pequeno e ela sabe que ele não se envolve com tráfico. Quem mais quer justiça são as famílias de Yan e Bruno. Se Michel realmente fosse culpado ou se ela tivesse alguma dúvida, ela não estaria defendendo ele”, afirmou Yngrid, quando ele foi preso.>
Júri popular Os 13 denunciados pelo Ministério Público da Bahia pela morte de tio e sobrinho entregues para traficantes por funcionários do Atakarejo podem ir a júri popular, segundo a promotora de Justiça Ana Rita Cerqueira Nascimento, que falou nesta terça-feira (13) sobre a denúncia do órgão contra os envolvidos no caso. "Todos vão responder no tribunal do júri e, sim, no júri popular", diz. A decisão é da Justiça, mas o MP irá trabalhar para que isso aconteça, afirma. Bruno Barros da Silva e Yan Barros da Silva foram mortos no último dia 26 de abril.>
Ela falou sobre o inquérito policial, que indiciava 23 envolvidos, mas só 13 foram denunciados pelo MP. "O trabalho feito pela polícia, muito bom, traz os fatos. Indícios de autoria e materialidades de todos eles (indiciados), que deveriam estar presentes no momento dos fatos. Quando eu ofereço a denúncia eu preciso individualizar condutas. Preciso dizer exatamente qual a ação de cada um naquele evento criminoso", explica a promotora. "Tenho que dizer o que cada um fez e nesse caso eu consigo individualizar a princípio para 13 deles. Por isso, dos 23 foram 13 (denunciados)".>
Entre os 13, estão três funcionários do Atakarejo. Agnaldo Santos de Assis, Claudio Reis Novais e Cristiano Rebouças Simões. A promotora explica porque cada um deles vai responder à ação penal. "O Agnaldo, gerente geral da loja, tinha hierarquicamente o poder de decisão. Cabia e ele fazer a coisa mais certa e mínima: chamamento policial. Não há chamado quando os jovens são detidos", diz.>
A falta de ação em chamar a polícia é apontada também como responsabilidade de outro funcionário, enquanto o terceiro é acusado de envolvimento na extorsão antes da morte de tio e sobrinho. "Ele (Cláudio) era o encarregado de prevenção de perdas. Cabia a ele esse poder decisório de agir com o que é o normal, o certo, o feito em qualquer empresa. E o Cristino porque nas imagens fica claro que ele é quem toma o celular de Bruno, quando ele está sendo levado para uma salinha", diz. "Tempos depois, Bruno tem esse aparelho de volta e liga para a amiga dizendo que precisa de R$ 700 para que se pague a mercadoria, que não foi furtada, porque não saiu da loja. Houve uma tentativa de furto. Aí ele entra na extorsão e na deliberação de também participar", acrescenta.>
Operação Retomada No dia 1º de julho, um traficante de drogas, foragido da Operação Retomada, que investiga as mortes de Bruno e Yan, foi morto durante um confronto com a polícia na noite desta quinta-feira (1º), na localidade da Chapada do Rio Vermelho. De acordo com informações, o suspeito que, segundo uma fonte da polícia se trata de Matheus Santana de Assis, 25 anos, teria sido localizado pelos policiais e iniciado o confronto que terminou com a sua morte. >