Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2009 às 09:52
- Atualizado há 2 anos
Dois dias antes de assassinar a facadas o jornalista Jorge Pedra, 52 anos, o garoto de programa suspeito do crime, inicialmente identificado como Rogério, foi visto na Carlos Gomes, por volta das 2h da madrugada. A travesti de pré-nome Fábio, 26 anos, afirma ter sido abordada pelo suspeito no dia 30 de outubro, em frente ao bar gay Âncora do Marujo. “Ele estava muito nervoso e me pediu dinheiro. Perguntei para que mas ele não respondeu e se afastou”, contou, depois de ter visto o retrato falado publicado com exclusividade pelo CORREIO. A travesti, que realiza performances no bar, disse já ter visto o suspeito outras vezes e que ele faz “ponto” no local. >
A Carlos Gomes foi apontada por testemunhas como um dos possíveis pontos onde trabalhava o garoto de programa. O eletricista Josias Menezes, 43, que mora na região, confirmou o relato da travesti. “Já vi um rapaz parecido com ele perto do Tchê Night Club, aqui tem muito garoto de programa”, disse. >
Um frequentador da sauna gay Planetário XI, no Tororó, também reconheceu o retrato falado publicado pelo CORREIO. Há dois meses ele esteve na Carlos Gomes à procura de garotos de programa e viu o suspeito. O suspeito também já foi visto aguardando clientes no Relógio de São Pedro. >
DepoimentoNa quarta-feira (4) pela manhã, dois funcionários do Hotel Democrata foram ouvidos pela titular da delegacia de Homicídios, Francineide Moura, e não reconheceram a imagem do retrato falado. Eles alegaram não ter visto o rosto do homem que acompanhou Pedra no dia do assassinato. “Segundo o depoimento, Pedra chegou primeiro ao hotel, pegou a chave do quarto, pagou e saiu. Pouco tempo depois, voltou acompanhado. Os funcionários contaram que o homem subiu escondendo o rosto”, explicou Francineide. >
Meia hora após a passagem de Pedra pela recepção com o acompanhante, os funcionários relataram ter ouvido um barulho e em seguida, um homem correndo pelo corredor, segurando algo nas mãos - possivelmente, o celular e a chave do carro de Pedra, um Honda City. >
Ainda de acordo com os funcionários, não era a primeira vez que Pedra chegava acompanhado do rapaz que o assassinou. No dia do crime, o hotel registrou pouco movimento e uma festa com som alto acontecia próximo. “Estamos tentando identificar algum cliente dos apartamentos que tenha visto o suspeito correndo”, disse Francineide. O companheiro de Pedra, Gilmar Pereira, 24, acompanhado da irmã do apresentador Adelina Pedra, também esteve ontem (4) na delegacia. >
GGB cobra ações do governo O Grupo Gay da Bahia (GGB) aproveitou a visita do ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, para cobrar do governo federal a imediata execução das 55 ações do Programa Brasil Sem Homofobia, criado em 2004. “Queremos mais diálogo e menos burocracia com o governo”, reclamou o fundador do GGB, o antropólogo Luiz Mott.>
Segundo ele, o ministro garantiu que vai estreitar as relações com o movimento homossexual. Vannuchi participou no final da tarde de ontem (4), na Biblioteca Central, nos Barris, da homenagem aos 40 anos da morte do guerrilheiro baiano Carlos Marighela.>
Delegada pede ajuda à população A Polícia Civil continua em busca do assassino. “Estão todos apavorados (os funcionários do hotel). Eles trabalham no local e tem medo de se arriscar”, afirmou a delegada Francineide Moura, que pediu a ajuda da comunidade e dos taxistas. Ela divulgou o telefone 3117-6117 para informações. >
Sucom autua 4 hotéis do Dois de Julho Quatro hotéis que funcionavam como motéis no Largo Dois de Julho foram autuados e notificados ontem (4) à tarde por uma equipe de fiscalização da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom). >
Os hotéis Democrata - onde ocorreu o assassinato domingo do apresentador Jorge Pedra -, Capri, Pirâmide e Las Vegas devem exercer apenas a atividade de hotel, para qual possuem alvará de funcionamento emitido pelo órgão. Caso insistam em aceitar clientes como motel, a Sucom ameaça interditar os estabelecimentos. “Os locais foram notificados, autuados e sofreram embargo administrativo da atividade de motel”, explicou o coordenador de comunicação da Sucom, Pedro Castro. >
A medida foi anunciada em reunião no Grupo Gay da Bahia (GGB), para discutir ações que garantam a segurança dos usuários de hotéis e motéis do centro de Salvador. “O procedimento não deve ser entendido como conservador, mas como forma de garantir que estes locais funcionem dentro da legalidade e com segurança”, disse o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - Bahia prometeu enviar comunicado aos associados cobrando o registro de hóspedes.>
(Notícia publicada na edição impressa do dia 05/11/2009 do CORREIO)>
Veja também: >