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Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Em 1969, Caetano Veloso seria responsável por uma música que chamaria a atenção do país para o Carnaval de Salvador: Atrás do Trio Elétrico. Mas o clima alegre daria lugar à melancolia do Pós-Tropicalismo, ainda mais que o artista baiano partiu para Londres em exílio. >
Três anos depois, Caetano voltaria ao país e Orlando Tapajós (1933-2018) resolveu dar um presente. Nada melhor do que usar seu talento no ofício de construir trios elétricos. Surgiria, assim, a Caetanave.>
A ideia apareceu de forma curiosa, como relatou ao site G1. “Eu ia para São Paulo comprar material e comecei a ler uma revista no avião, quando vi uma nave francesa. Daí eu disse: isso dá um trio elétrico formidável. Mas a gente não podia pegar a revista para trazer. Aí eu fui no banheiro do avião, rasguei a página com todo cuidado, dobrei e botei no sapato. Daquela espaçonave eu projetei a Caetanave que vocês todos conhecem”, contou.>
A Caetanave revolucionou o Carnaval por sua concepção futurista e, claro, pela honra que era subir para tocar nela. Como toda nave espacial que se preze, estavam lá gravados os nomes de seus ‘projetistas’: Dodô & Osmar (criadores do trio elétrico) e Orlando Campos (nome de batismo de Tapajós).>
No mesmo ano, serviria de título de disco do Trio Elétrico Tapajós, gravado ao vivo nas ruas do Rio de Janeiro, com canções como Chuva, Suor e Cerveja (Caetano Veloso), Cada Macaca no Seu Galho (Riachão) e Cavaleiro de Aruanda (Ronnie Von).>
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Em 1992, Orlandinho Tapajós, filho de Orlando, trouxe a Caetanave de volta para a folia, prestando uma homenagem a seu pai. O trio ainda sairia mais alguns anos antes de novamente ficar parado. >
Carlinhos Brown, em 2015, seria o responsável por recuperar a Caetanave e trazê-la de volta aos circuitos do Carnaval. O multi-instrumentista chegou a usar o trio com parte da decoração do Sarau do Brown.>
*Cenas de Carnaval é um oferecimento do Bradesco, com patrocínio do Hapvida e apoio da Claro, Fieb, Salvador Shopping, Vinci Airports e Unijorge>