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Larissa Almeida
Publicado em 7 de novembro de 2025 às 05:30
Uma corrente de solidariedade em forma de música, gastronomia e economia criativa tomou conta da Praça do Campo Grande, na noite desta quinta-feira (6). Na ocasião, a abertura da 44ª Feira da Fraternidade, evento solidário que reúne mais de mil voluntários, teve como grande destaque a apresentação musical de Filhos de Jorge com participação de Buja Ferreira, integrante da Timbalada. >
Calorosamente recebidos pelo público, que já cantava ‘Ziriguidum’ como forma de chamar o trio ao palco, os cantores destacaram o compromisso com o propósito do evento. “Todo mundo está com o mesmo sentimento de curtir, mas também de doar e fazer a diferença na vida de outras pessoas. Estamos muito contentes de trazer nossa música para a Praça do Campo Grande, que é um local histórico, onde fazemos nosso carnaval acontecer. É um encontro perfeito para fazer o bem, no dia em que os Filhos de Jorge fazem aniversário”, disse. >
Antes mesmo do swing da banda ecoar no ambiente, a praça já estava movimentada. A maior parte das pessoas se aglomerava próximo ao palco para dançar junto ao som da banda Pra Casar, enquanto outra parte se concentrava nas mais de dez barracas de comida, que tinham como opção as culinárias gaúcha, árabe, tropical, alemã, francesa, mexicana, norte-americana, italiana, oriental e espanhola. >
Abertura da 44ª Feira da Fraternidade
A diversidade gastronômica poderia ser atestada na mesa em que quatro amigas, todas profissionais da educação, se reuniram. Uma delas foi a professora Claudia Pereira, 57 anos, que optou pelos famosos tacos mexicanos para começar a noite. >
"Esse evento eu venho todo ano. Gosto da diversidade das barracas de comida e a festa é muito familiar, é mais tranquila, as pessoas vêm pra se divertir e ajudar uma obra social. Eu já fiz curso de culinária mexicana e hoje quis experimentar uma comida apimentada aqui, então aproveitei", contou, aos risos. >
A professora Micheline Machado, 48, por sua vez, foi para o evento sem criar expectativa, mas foi conquistada à primeira vista por um... Vinho. "Vi uma pessoa tomando um chopp de vinho e resolvi pegar um também. No caminho, vi um choripán na barraca de comidas do Rio Grande do Sul e comprei também", disse. >
Apesar de ter adorado a comida, ela conta que o que mais estava a atraindo no evento era a música. "Hoje, especialmente, Filhos de Jorge me trouxeram aqui. O swing, os músicos e a playlist são muito atuais. É um evento eclético, maravilhoso", elogiou. >
Uma caminhada para longe das iguarias gastronômicas já levava o público para outros atrativos tão irresistíveis quanto os lanches. Os adeptos dos produtos artesanais tiveram uma diversidade de opções de compra, incluindo bolsas de crochê, itens de tapeçaria, artigos decorativos, roupas para crianças e cosméticos. >
Parceiras de negócios, Jória Bina Figueiredo, 65, e Fernanda Figueiredo, 43, mãe e filha, estavam fazendo sucesso na Barraca das Artes com as bolsas, carteiras e mochilas costuradas em tecido que tinham a marca da criação de ambas. Há 15 anos, as duas trabalhavam juntas por pura afinidade. >
Desde a infância, Fernanda se interessava por ponto-cruz e costura, atividades que aprendeu com Jória e não deixou de lado mesmo tendo escolhido como principal profissão o serviço social. Atualmente, ela concilia os dois trabalhos e ainda encontra tempo para partilhar seus talentos. >
"Eu ensino as mães carentes de Pau da Lima a fazerem artesanato e faço o mesmo por quem fica internado na Mansão do Caminho. Acho que, se Deus me deu o dom, não tem que ficar só guardado para mim, tenho que partilhar. Faço tudo com meu dinheiro, inclusive o que trouxe para a feira. Aqui também tem solidariedade e o importante não é só vender, mas pensar na doação", ressaltou. >
O padre Luís Simões, líder da Paróquia Nossa Senhora da Vitória, que promove o evento, lembrou que todo o dinheiro arrecadado com os produtos vendidos será doado. “Há uma partilha sendo feita aqui enquanto você come algo, bebe, participa da música. Isso será uma ajuda para a creche, para o centro de saúde, para a escola, as crianças e a dinâmica paroquial. É de uma importância sem igual ter as pessoas nesse evento”, finalizou. >