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salvador
Promotoria tem prazo de 30 dias para se manifestar
Bruno Wendel
Publicado em 9 de agosto de 2018 às 14:50
- Atualizado há um ano
Davi tinha 16 anos quando desapareceu (Foto: Rute Fiúza/Arquivo Pessoal) O Ministério Público da Bahia (MP-BA) tem até o dia 18 de agosto para denunciar ou não os 17 policiais militares indiciados pela morte do Davi Fiúza, desaparecido numa operação policial no bairro de São Cristóvão em 2014. A informação foi passada ao CORREIO pelo advogado assistente de acusação junto ao (MP-BA) Paulo Kleber Carvalho Filho.
Segundo Paulo Kleber, a promotora recebeu há duas semanas o inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que indiciou dois tenentes, dois sargentos e 13 soldados-alunos – os tenentes e os sargentos faziam parte do grupo de instrutores de uma operação para formação de policiais iniciados.
O CORREIO procurou o MP-BA e aguarda um posicionamento. Até agora os nomes dos policiais indiciados não foram revelados porque o processo tramita em segredo de Justiça.
Os 17 PMs respondem por homicídio qualificado. As qualificadoras são os crimes de ocultação de cadáver e concurso de agentes, que pode ser definido como a concorrência de duas ou mais pessoas para o cometimento de um ilícito penal.
O inquérito contém 12 volumes e pretende explicar o que, de fato, ocorreu com Davi Fiuza, de acordo com as investigações. A Anistia Internacional pediu agilidade ao MP-BA para que os 17 PMs sejam denunciados à Justiça.
Rapto Os policiais indiciados faziam uma operação final para obtenção do diploma de soldado, na manhã de 24 de outubro de 2014, quando, segundo o inquérito, abordaram o garoto na Rua São Jorge, na localidade de Vila Verde, e o raptaram.
Em abril de 2016, 23 PMs chegaram a ser indiciados pela morte de Davi Fiúza, além dos crimes de ocultação de cadáver e formação de quadrilha – que consiste na associação de três ou mais pessoas que se dedicam a cometer um ou mais delitos.
Luta O luto pela perda de um filho transformado em luta contra a perpetuação de uma cultura de violência. Assim a mãe de Davi, a dona de casa Rute Fiuza encara sua missão de vida, hoje. “Eu jamais conseguiria ficar calada. Não tive filho para o Estado matar”, disse ela ao CORREIO.