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Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2022 às 15:11
Com 120 pessoas morando e passando temporadas no 'Lar é Vida', que fica localizado na rua Jardim Santa Helena, no bairro de Brotas, em Salvador, a instituição tem passado por grandes dificuldades para manter a ‘grande família’ que abriga. >
O espaço atende idosos, crianças, mães lactantes e pessoas que estão de passagem como acompanhantes e pacientes do Hospital Geral do Estado (HGE). O criador da instituição, Paulo Brito, explicou ao CORREIO que após 30 anos de existência a despensa quase vazia tem sido uma grande aflição, ainda mais com o Natal se aproximando."Temos o que comer, sim. Mas hoje estamos vivendo momentos de ir ao mercado para comprar só por agora e esperar o milagre chegar amanhã. A despensa nunca foi de ter estoque baixo como está sendo ultimamente. Estamos orando para que nossas demandas aumentem", diz. De acordo com Britto, o Natal de 2021 teve uma arrecadação muito baixa, cerca de 90% a menos do que os outros anos antes da pandemia da covid-19. Pessoas que estão passando por exames no HGE e seguem hospedadas na casa precisam contribuir com os alimentos, já que a instituição não tem como arcar. "A gente oferece gás, o fogão, toda a logística. Mas a comida eles têm de comprar".>
Em março de 2020, a contribuição foi muito boa para a casa, mas três meses depois, a instituição teve uma queda brutal no recebimento de alimentos. Quando as doações estão em estado crítico, o jeito é ligar para os contribuintes mais assíduos.>
Esse é o caso do grupo ‘Colecionadores de Sorrisos’, que tem como um dos organizadores Raphael Trigueiros, de 32 anos. O administrador há mais de um ano ajuda o "Lar Amor é Vida" com arrecadações de pessoas conhecidas pelo WhatsApp. Com a pandemia e a crise econômica, houve uma queda de pessoas no grupo. >
Antes, cerca de 60 pessoas doavam para a instituição e outros locais, mas com a elevação nos preços dos mantimentos e outros problemas financeiros que o país passa, o grupo tem entre 30 a 40 pessoas ativas atualmente. "A gente arrecadava em torno de R$ 2.500 e hoje estamos conseguindo arrecadar R$ 1.300. Não somos uma ONG, mas estamos procurando outras pessoas para entrar no grupo. Fazemos nosso trabalho, mas a arrecadação diminuiu entre 30 a 40%", explica.O valor fixo gira em torno de R$ 30, podendo ser arrecadado até mais. "Já teve gente que doou R$ 500". Em relação ao Natal da instituição, os Colecionadores de Sorrisos estão se movimentando para conseguir, ao menos, um valor para que não ocorra uma baixa na despensa. "Tem um pessoal que é assíduo, estamos contando com eles para não deixar de contribuir agora no final do ano", diz Raphael.>
Toda a arrecadação é muito bem organizada. O Pix é realizado para a conta de Raphael e, ao final do mês, ele relata para o grupo quanto cada um doou, além da prestação de conta, mostrando o destino do dinheiro. "A gente se sente confortável realizando dessa maneira com amigos e conhecidos".>
Natal sem fome Segundo o criador do 'Lar é Vida', em outros tempos, a instituição já estaria com a despensa cheia para o Natal. Com a pandemia, muitos contribuintes diminuíram as doações.>
"Se a gente não conseguir mantimentos até dia 18 de dezembro, vamos passar momentos difíceis até março, já que vem Natal, Réveillon, Carnaval e material escolar das crianças. Serão quatro meses passando por dificuldade", lamenta.>
Para quem puder fazer doações à instituição, basta entregá-las na Tv. Jardim Santa Helena - Acupe de Brotas, número 307. Estão aceitando mantimentos, produtos de limpeza e alimentos.>