Dono de lava jato, lutador de jiu-jitsu é executado a tiros em Campinas de Pirajá

A vítima teria sido morta por que havia se relacionado com a mulher de um traficante do BDM

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  • Bruno Wendel

Publicado em 4 de janeiro de 2020 às 13:28

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Remerson foi baleado ainda dentro do seu lava jato (Foto: Bruno Wendel/CORREIO) Sábado (4), 11h e o portão que dá acesso ao Lava Jato Sinistro ainda estava trancado com cadeado e os equipamentos desligados. No muro havia um saco de plástico preto em sinal de luto. Isso por que o dono, o também lutador de jiu-jitsu e MMA Remerson Silva dos Santos, 24 anos, foi assassinado com sete tiros ainda na propriedade no início da tarde desta sexta-feira (3), no bairro de Campinas de Pirajá. 

Remerson foi morto por dois homens numa moto. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital do Subúrbio, mas não resistiu aos ferimentos no tórax, nádegas e coxa. O dono do lava jato e esportista será enterrado às 16h no cemitério Quinta dos Lázaros. O CORREIO procurou a Polícia Civil e até agora não há posicionamento. Já a Polícia Militar informou que não foi acionada para ocorrência. 

No entanto, moradores da região apontam como responsável pela execução integrantes da fracção Bonde do Maluco (BDM) que atuam na Rua Osório e na localidade de Inferninho de Campinas de Pirajá. O mandante seria o líder, George, que cumpre pena no Complexo Penitenciário da Mata Escura. O dono do lava jato e lutador teria se envolvido com a mulher de um dos integrantes da facção. Remerson teria sido morto devido a um relacionamento com a mulher de um traficante do BDM (Foto: Reprodução) Crime O crime aconteceu por volta das 13h30, na Estrada Velha de Pirajá, depois da Escola Municipal Filhos de Salomão. Remerson tinha acabado de voltar da hora do almoço, quando foi surpreendido por dois homens numa moto. “Só recebi a notícia em casa. Quando cheguei no lava jato já tinha ocorrido. Um vigilante que contou para a família que a moto se aproximou dele e o carona atirou”, contou a tia de Remerson, Andréa Carla Cavalcante da Silva, na manhã deste sábado, durante a liberação do corpo do rapaz no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLRN). 

Andréa disse que não sabe o motivo da execução, mas a família descarta uma coisa: Remerson nunca teve envolvimento com a criminalidade. “Nunca foi preso. Não bebia, não fuma, não usava drogas. Ele era apaixonado pelo esporte. Quando pequeno, ele era gordinho e conseguiu perder peso fazendo esportes e pegou gostou”, disse a tia. 

Tráfico O CORREIO esteve pela manhã no lava-jato, cena do crime. Poucas pessoas aceitaram falar sobre um assunto, entre eles um morador, que preferiu não relevar o nome por uma questão de segurança. Ele conhecia Remerson. “Era um rapaz bonito, esportista, trabalhador, um exemplo para muita gente e foi morto desta forma, de uma forma covarde. Eles têm que pagar. Justiça tem que ser feita”, desabafou. 

Questionado em relação aos responsáveis pelo crime, o morador não hesitou. “Foi George que mandou matar. Ele é o maior matador de Campinas de Pirajá. Apesar de ele estar preso, dá as ordens para Guegueu e Tiago, que matam sem piedade. Remerson havia se relacionado com uma mulher, sem saber que ela era também namorada de Tiago. Ele ficou com ela uns dois meses, mas há um mês largou ela ao saber de tudo”, contou ele, antes de ir embora.  Remerson colecionava várias medalhas no jiu-jitsu e também no MMA (Foto: Reprodução) Lava jato Nascido e criado em Campinas de Pirajá, Remerson trabalhava como motorista numa distribuidora de alimentos no bairro. Mas sempre quis ser dono do próprio negócio. Foi quando decidiu abrir há seis meses o Lava jato Sinistro. “Ele pediu demissão e pegou o dinheiro para abrir o negócio dele. Ele abriu para morrer nele”, lamentou a tia do rapaz, Andréa Carla Cavalcante da Silva. 

Esportista, ele participou de vários campeonatos de jiu-jitsu, entre eles estaduais pela Federação de Jiu-jitsu do Estado da Bahia (FJJEBA) e colecionou medalhas. Ele também competia lutando MMA.