Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Wendel de Novais
Publicado em 13 de novembro de 2022 às 14:25
O sonho de cursar Direito da estudante Fernanda Félix, 23 anos, terá que ser adiado por, pelo menos, mais um ano. É que, neste domingo (13), no primeiro dia de realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ela chegou ao Colégio Central, seu local de prova, às 13h03, três minutos após o fechamento dos portões, >
Fernanda conta que saiu de Boa Vista São Caetano cedo, mas se confundiu em relação ao seu local de prova. “Eu passei por alguns colégios e não era onde eu ia fazer, foi uma confusão total. Descobri agora há pouco que era no Central, corri para cá, mas não deu tempo. Agora só ano que vem para eu voltar a fazer”, lamenta ela. >
Essa não seria a primeira vez que a jovem faria o exame, mas foi a primeira ocasião onde ela perdeu a hora e não conseguiu comparecer. “Primeira vez que acontece isso comigo. Eu não sabia mesmo onde era e meu sonho vai ter que ser prorrogado. Devagar a gente consegue chegar lá. O jeito agora é tomar vergonha na cara e continuar estudando”, brinca a estudante.>
[[galeria]]>
Quem chegou cedo>
Fernanda foi a única estudante a atrasar no Colégio Central. Apesar dos portões se abrirem para a entrada às 12h, antes mesmo de 10h já tinha gente na fila em frente ao local. O ambulante Rodrigo de Jesus, que vende água de coco no local, também chegou antes das 10h, mas relata que não foi o primeiro no local.>
"Cheguei umas 9h40 e o povo já estava aqui no portão. Não tinha muitos não, uns 10 só. Mesmo assim, chegaram muito cedo pra prova que só começa de tarde. Acho que é o medo deles de acabarem perdendo", fala ele. >
Ainda de acordo com Rodrigo, às 11h já estava com muitas pessoas. Pouco antes das 12h, então, não faltava candidato na fila. Uma deles era Maria Eduarda Rodrigues, 19 anos, que fez questão de sair o mais cedo possível de casa para não correr riscos.>
"Ninguém quer perder o horário. Chego cedo e não me importo de esperar. Venho tranquila porque moro aqui na região do centro mesmo. [...] Expectativa para prova está boa, estou tranquila. O Enem tem um padrão que se repete, só precisa se preparar", fala ela, que quer cursar Medicina. Maria Eduarda chegou cedo (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Quem também estava com a expectativa positiva foi Antônio Gabriel Gonçalves, 24, que chegou por volta das 11h também e quer fazer transferência de Ciências exatas para Gestão de Tecnologia. Segundo ele, a tranquilidade se dá pelo fato de já ter experiência no exame.>
"É isso, existe um padrão. Eu já fiz seis vezes, passei por mais de quatro faculdades e tô fazendo de novo para mudar. Já sou carreirista na prova, então não tem como não conhecer, né?! Tantas vezes nessa espera e sempre chego cedo", brinca ele. Antônio estava confiante (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Central vazio>
Apesar da galera que apareceu ter chegado cedo, o Colégio Central não ficou cheio como de costume. Um coordenador de prova, que preferiu não se identificar e trabalha em Enem no local há anos, disse nunca ter visto um movimento tão fraco.>
"Está muito vazio, isso aqui antes era repleto de estudante. No portão mesmo, você não via mais espaço com o povo todo aglomerado aí esperando. Acho que houve muitas desistências", diz. Central esvaziou (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Rodrigo de Jesus corrobora com a fala do coordenador. Ele esperava um movimento maior para vender mais água de coco, mas se decepcionou com a quantidade de estudantes no local. >
"Todo mundo fala que aqui é cheio, o lugar que mais tem estudante. Porém, hoje não foi assim. Esperava um bocado de gente aqui, mas realmente não rolou e as vendas estão bem mais ou menos porque o povo não veio", lamenta ele.>