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Família doa prédio de quatro andares em Patamares para Osid

Terreno onde um dia funcionou a Faculdade de Gestão & Negócios (FGN) tem um total de 12 mil m²

  • Foto do(a) author(a) Hilza Cordeiro
  • Hilza Cordeiro

Publicado em 23 de novembro de 2020 às 08:56

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Nara Gentil/CORREIO

Às vésperas de comemorar um ano de canonização de Santa Dulce dos Pobres, a equipe administradora das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) se organizava para a celebração da data, que seria festejada em 13 de outubro com missas e exibição de filme. Justo uma semana antes, a superintendente da instituição, Maria Rita Pontes, que é sobrinha de Irmã Dulce, teve um anúncio que mais parecia uma graça enviada pela bem-aventurada. O senhor Estevão*, de 69 anos, bateu à porta das Osid e disse que sua família queria doar um prédio de quatro andares para a entidade fundada pela santa baiana.

Localizado no bairro de Patamares, o terreno onde um dia funcionou a Faculdade de Gestão & Negócios (FGN), no nº 88 da Avenida Tamburugy, tem um total de 12 mil m² e entra agora para a história como uma das maiores doações à entidade social. A Osid disse ter sido surpreendida com o que considerou como um profundo gesto de desapego e generosidade, já que se tratava da maior propriedade da família. O edifício é avaliado na casa dos milhões e os filantropos preferiram manter-se no anonimato.

A história por trás da motivação para tamanha doação começa meio século atrás. Estevão, à época com 19 anos, foi abordado pela miúda Irmã Dulce, que lhe fez a pergunta que costumava dirigir a todos: “Quem tem mais pode ajudar a quem tem menos?”. Naquele momento, achando que estava fazendo uma grande ação, abriu a carteira e deu metade do dinheiro que havia nela. Depois daquele encontro, uma espécie de dívida de consciência o perseguiu durante toda a vida. Estevão se perguntava: “Por que não dei tudo o que tinha na carteira?”.

Neste ano, essa “dívida” foi paga e sua família fez a doação em 1º de outubro, simbólico dia de Teresa de Lisieux, conhecida como a santa da Sagrada Face. Bem preservado, o imóvel será futuramente a nova unidade das Obras Sociais.

O inventário da organização conta ainda com outra grande doação, uma fazenda na cidade de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, que terminou virando primeiro um orfanato e depois foi transformada no Centro Educacional Santo Antônio (Cesa), onde hoje mais de 800 crianças estudam em tempo integral. A propriedade foi doada à Osid pelo governo estadual por volta de 1960.

Para a instituição, esta nova unidade chega num momento importante e pode ajudar a aliviar os problemas de espaço interno, questão que foi agravada com a pandemia devido à maior necessidade de distanciamento social. “Mais uma vez, o nosso Anjo Bom nos sinaliza que continua presente, olhando e cuidando de sua obra, principalmente nos momentos de mais necessidade e urgência”, afirmou a Osid em um comunicado aos sócios-apoiadores. 

Assessor corporativo da organização, Sérgio Lopes explicou que o prédio recém-doado ainda não tem uma destinação exata, mas que a Osid já planeja o que pode funcionar lá. Com 7 mil² de área construída e salas já prontas, o imóvel pode servir para vários dos segmentos nos quais as Obras Sociais atuam, como saúde, educação, ensino e pesquisa e mesmo sede administrativa. Se algumas áreas administrativas da organização forem transferidas para lá, isso liberará espaço para melhor uso dos dois hospitais da rede em Salvador. 

Doações na pandemia A pandemia de covid-19 estimulou nos brasileiros o sentimento de solidariedade. Isso pode ser concluído a partir de um relatório deste ano do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis), que observou que coletas, movimentos, fundos e redes de apoio foram sendo construídas em questão de dias para ajudar a combater os efeitos do coronavírus.

As principais conclusões do documento sobre doações individuais no Brasil apontaram que quase 80% das pessoas realizaram alguma atividade beneficente no último ano e a causa mais popular para doação foi o apoio às organizações religiosas (49%), seguida de apoio a crianças ou jovens (39%).

Essa pesquisa vem sendo feita desde 2017 e revelou, nesta edição, que mais brasileiros concordam que as organizações sociais geram impacto positivo na sociedade: oito em cada dez pessoas acreditam nos resultados dos trabalhos de entidades sociais.*Nome fictício para preservar a identidade da pessoa