Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Filho do traficante Cláudio Campanha é espancado na Case Salvador, denunciam socioeducadores

Cerca de 20 adolescentes participaram da agressão; o jovem permanece internado no Hospital Roberto Santos após sofrer duas paradas cardíacas

  • D
  • Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2017 às 16:38

 - Atualizado há 3 anos

O filho do traficante Cláudio Campanha, de 19 anos, foi espancado nesta quarta-feira (4), dentro da Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case), por cerca de 20 adolescentes também internos da unidade, que fica localizada no bairro de Tancredo Neves. A denúncia foi feita ao CORREIO pelo Sindicato dos Agentes Disciplinares Penitenciários e Socioeducadores (Sindap-BA). O jovem foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Roberto Santos, para tratar dos hematomas. Após o atendimento, o jovem retornou à Case. De volta, ele sofreu duas paradas cardíacas e foi novamente levado à unidade de saúde. De acordo com a Fundac, o jovem está na UTI. De acordo com o sindicato, no momento da agressão, que aconteceu no alojamento S2, por volta das 19h, havia seis socioeducadores no local e 21 internos (3,5 adolescentes para cada educador). A recomendação do Estatuto da Criança e do Adolescente é que haja um agente a cada três jovens. Ainda segundo o Sindap, duas viaturas da Polícia Militar foram deslocadas para a frente da Case.Os socioeducadores, que preferiram não se identificar, acreditam que o motivo da agressão é a rixa entre facções. Eles alegam ter sinalizado à direção, em ocorrência, a possibilidade de um conflito. No entanto, a direção não tomou medidas. "Nós temos chamado atenção não apenas dos meios de comunicação, mas também das autoridades. Até o momento, nada foi resolvido. Houve dois óbitos na Case CIA e um espancamento na Case Salvador", relata Antônio Reis, diretor do Sindap.

"As pessoas que têm cargos de confiança não entendem o que acontece lá e oprimem os socioeducadores. Estão de braços cruzados para o tráfico dentro das unidades socioeducativas. Até quando vai ser assim?", questiona Reis. Procurada, a assessoria da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social informou que seis adolescentes foram identificados como autores da agressão e sofrerão sanções como retirada do convívio com os demais internos e até realocação. A SJDHDS enviará uma nota com o posicionamento do estado sobre o fato.

Em nota, a Fundac informou que a briga foi motivada por uma rivalidade entre os internos. A fundação disse ainda que repudia este tipo de situação e adota medidas para tentar evitá-las e "reafirma seu compromisso com o sistema socioeducativo e o cumprimento da Lei do Sinase, especialmente no que se refere à garantia dos Direitos Humanos no cumprimento das medidas socioeducativas pelos adolescentes, assegurando sua ressocialização através da educação, profissionalização, da cultura, do esporte e do lazer. Para isto implementa  rígidas medidas de contenção e segurança para o cuidado e a proteção dos adolescentes".

O filho de Cláudio Campanha foi internado na unidade em agosto de 2015 por assalto a uma loja na Avenida Paralela. No mesmo alojamento está também o filho do traficante Pitty, um dos fundadores da facção Comando da Paz (CP). Campanha virou chefe da quadrilha após a morte de Pitty.

Cláudio CampanhaCondenado a 14 anos de prisão em abril de 2015, Cláudio Eduardo Campanha era um dos líderes da CP em Salvador. Preso em 2008, no Ceará, ele já foi considerado o fugitivo número 1 do estado, apontado como autor de mais de 100 homicídios, roubos a bancos, além de ser suspeito de comandar o tráfico de drogas nas cadeias da Bahia.Cláudio Campanha, o Malhado, durante seu julgamento em 2015 (Foto: Almiro Lopes/CORREIO)Durante o julgamento, os seis filhos de Campanha acompanharam o veredicto e tiveram autorização do juiz para conversar com o condenado após a sentença.