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Da Redação
Publicado em 2 de março de 2022 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
No último dia de Carnaval sem folia, muitos baianos e turistas foram para as ruas de Salvador aproveitar o tradicional feriado. Este ano, ao invés de correr atrás do trio, os foliões ocuparam as praias da Barra, as ruas do Pelourinho e os largos do Santo Antônio Além do Carmo. Nem parecia que o ponto facultativo da terça-feira de Carnaval nos órgãos públicos estaduais foi cancelado, a fim de conter o avanço da contaminação pelo vírus.>
As pessoas, no entanto, deixaram as máscaras de proteção e as recomendações sanitárias sobre o distanciamento longe dos passeios.>
Praia do Porto da Barra (Foto: Marina Silva/ Correio) Na Barra, a faixa de areia foi o lugar preferido, tanto que, quem deixou para chegar no início da tarde, não encontrou um metro quadrado livre. A opção foi dar um mergulho para refrescar e seguir para a orla, também ocupada de ponta a ponta.>
No entorno do Farol da Barra, as caixinhas de som ditavam o ritmo das músicas que fariam sucesso nos autofalantes dos trios elétricos. Já as coreografias ficaram por conta dos alunos da professora de dança, Livia Montes, de 23 anos.>
O grupo realiza aulas ao ar livre, na frente do ponto turístico, em alguns domingos, "para ser mais acessível para as pessoas que não podem ir para a academia", explica a professora. Mas este ano, a ida na terça-feira foi com a intenção de agitar o último dia do Carnaval na Barra. >
Livia e mais sete de seus alunos vestiram tutu, colocaram arcos na cabeça e não economizaram no glitter, para compor as fantasias de coelho, girassol e havaianas que usavam. Para completar a folia, ensinavam os passos de dança aos foliões que circulavam pelo local. “Já que é Carnaval, nós viemos e viemos fantasiados. A aula é para quem quiser chegar e dançar com a gente, para sentir um pouco do calor da folia”, disse ela.>
No Porto, o movimento ainda era intenso, os barzinhos, assim como a orla e a faixa de areia também foram outra opção escolhida pelas pessoas que aproveitavam o feriado. A falta de espaço na faixa de areia não tirou a animação da vendedora ambulante Val Souza Assis. Ela trabalha no circuito Osmar, no Campo Grande, durante a festa, mas desta vez, decidiu aproveitar enquanto os foliões não voltam a lotar a rua.>
Assando peixe em uma churrasqueira improvisada, a ambulante e os seus amigos, Luana Rodriguez, 36, Luís Graça, 54 e Diogo Otávio, 48, bebiam e dançavam ao som da caixinha de música que eles levaram, na entrada da praia do Porto. "Adivinha onde a gente estaria se fosse Carnaval? Curtindo! Mas também estaria vendendo minha cervejinha, o bom do Carnaval é que dá para a gente fazer tudo”, diz Val. >
Santo Antônio As ruas do Centro Histórico ganharam um clima de Carnaval graças aos foliões que circulavam com abadás de festas particulares, que reinaram no lugar dos trios e fizeram a alegria dos órfãos da festa. Ontem, algumas também se despediram do período carnavalesco com bloquinhos, como se fazia nos primeiros carnavais.>
Ao som de tambores, mas sem festa, teve gente que aproveitou para conhecer os pontos turísticos do Centro, como foi o caso de Jean Marcos de Oliveira, 31. Pela segunda vez em Salvador, ele não quis sair mais uma vez sem sentir o clima da folia, por isso, visitou o Museu do Carnaval e depois seguiu para a Ladeira do Pelourinho. “Tá bem animado, diferente do ano passado. Tem muita música tocando e está dando para apreciar mais a cultura local”, comemora Jean. Joana, Darcy e amigas, no Santo Antônio Além do Carmo (Foto: Marina Silva/ Correio) No Carmo, os foliões chegavam em clima de Carnaval, com fantasias e em busca da movimentação registrada no final de semana, para se despedirem em grande estilo. Joana Soares, 56, e Darcy Alencar, 52, são da Paraíba e compareceram com as amigas soteropolitanas, sem dispensar os adereços carnavalescos. “Viemos em busca do clima de Carnaval e só sairemos quando a gente encontrar”, afirma >
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*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo>