Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2022 às 20:09
O Hospital Roberto Santos (HGRS) terá uma redução de 50% no quadro de residentes em anestesiologia a partir desta quarta-feira (7). A decisão acontece em meio a mobilização da categoria contra a pouca quantidade de médicos anestesiologistas.>
A medida foi estabelecida, nesta terça-feira (6), em reunião on-line realizada pelo HGRS, que o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado da Bahia (Sindsaúde) informou que não participou. A redução de residentes não vai interferir no atendimento dos atuais médicos anestesiologistas, que são os responsáveis por administrar a anestesia durante as cirurgias. >
Em denúncia ao CORREIO, funcionários do HGRS, que preferem não se identificar, informaram que o internamento está cheio e que a demora na regulação se deve à falta de médicos anestesistas.>
"Muitas pessoas vêm e voltam para o interior porque não conseguem realizar o procedimento. As cirurgias eletivas não acontecem por isso e todo mundo de dentro do hospital sabe. Pode até entrar em colapso por falta de administradores [de anesteseia] se continuar assim", disse um funcionário, afirmando ainda que a direção da unidade afirma que há determinado número de anestesistas, mas o número, na prática, é menor.>
Diante do crescimento das filas de espera por cirurgias no hospital devido à falta de médicos, os residentes estão, junto ao Sindimed, tomando a medida para pressionar o hospital a resolver as demandas. >
Na prática, a redução no quadro de residentes em anestesiologia não acarretará mais prejuízos para a população, uma vez que, eles não trabalham sozinhos, apenas com a presença do médico plantonista.>
Em nota, o hospital informou que ainda não recebeu do sindicato a informação de deflagraço de paralisação. "Não reconhecemos que há, por parte de médicos residentes, motivos legais e plausíveis para mobilização de paralisação e/ou greve", diz o texto. >
O Roberto Santos diz ainda que contabiliza três vezes mais profissionais da categoria do que o exigido pela Sociedade Brasileira de Anesteologia (SBA). >
Por fim, o hospital destaca que a medida não deve impactor nos procedimentos médicos. "Ressaltamos que, isoladamente, a redução no quadro de residentes em anestesiologia não seria fator determinante para o número de procedimentos realizados no HGRS, uma vez que eles não realizam procedimentos sozinhos, apenas com a presença do médico plantonista".>
Leia a nota na íntegra:>
Até o momento, a Comissão de Residência Médica (COREME) do Hospital Geral Roberto Santos (HRGS) não recebeu do sindicato a deflagração de movimento dos médicos residentes em anestesiologia. Não reconhecemos que há, por parte de médicos residentes, motivos legais e plausíveis para mobilização de paralisação e/ou greve. >
Considerando a matriz de competência do Programa de Residência, não há em regulamento número mínimo de procedimentos para formação de médicos especialistas na área. Ainda assim, em período de baixa produção, o HGRS contabiliza três vezes mais que o quantitativo mensal exigido pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA).>
Além disso, o quantitativo de preceptores de anestesiologia cadastrados e atuantes na instituição é superior ao exigido pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), conforme Resolução CNRM nº 2/2005, tendo 14 médicos residentes em anestesiologia.>
Ressaltamos que, isoladamente, a redução no quadro de residentes em anestesiologia não seria fator determinante para o número de procedimentos realizados no HGRS, uma vez que eles não realizam procedimentos sozinhos, apenas com a presença do médico plantonista.>