Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Ialorixá do Gantois por 23 anos, Mãe Carmen deixa legado ancestral no candomblé, diz terreiro

Mãe Carmen faleceu hoje, após internação por conta de gripe forte

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 26 de dezembro de 2025 às 08:25

Mãe Carmen do Gantois
Mãe Carmen do Gantois Crédito: Reprodução

O Terreiro do Gantois divulgou, nesta sexta-feira (26), uma nota oficial lamentando a morte de Mãe Carmen, falecida na madrugada desta sexta-feira (26), em Salvador. No comunicado, a Associação de São Jorge Ebé Oxóssi ressalta a importância histórica, espiritual e simbólica da líder religiosa para o Candomblé na Bahia e no Brasil.

Descrita como “mulher de axé, guardiã da ancestralidade e herdeira de uma linhagem que pavimentou a história do Candomblé”, Mãe Carmen era filha direta de Mãe Menininha do Gantois, uma das maiores referências da religião no país. Segundo a nota, sua formação religiosa começou ainda na infância, quando foi preparada nos fundamentos, ritos e saberes que sustentam a tradição da casa.

Mãe Carmen do Gantois por Valdemiro Lopes/Câmara de Vereadores de Salvador

À frente do Terreiro do Gantois há 23 anos, Mãe Carmen assumiu a liderança da casa com “amor, coragem e responsabilidade”, conduzindo uma das mais tradicionais roças de Candomblé do Brasil. O texto destaca que seu papel como ialorixá sempre esteve ligado ao cuidado, à proteção da comunidade, à orientação espiritual e à preservação do axé com dignidade e firmeza.

A nota também enfatiza o perfil acolhedor e a força de sua liderança, descrevendo-a como “farol, colo, caminho e fortaleza”. Para o terreiro, a herança espiritual de Mãe Menininha permaneceu viva na condução diária de Mãe Carmen, que manteve o compromisso com os Orixás e com a vida coletiva da comunidade.

Ainda de acordo com o comunicado, Mãe Carmen contou, ao longo de sua liderança, com o apoio de suas duas filhas na condução da roça, compartilhando responsabilidades e saberes. Ela deixa três netos e quatro bisnetos, apontados como expressão da continuidade da memória e do futuro do axé da casa.

O texto encerra destacando o simbolismo de sua morte em uma sexta-feira, dia consagrado a Oxalá, Orixá da criação e da serenidade. “Hoje, nos despedimos de sua presença física, mas afirmamos com convicção: seu axé permanece”, afirma a nota, assinada pela Associação de São Jorge Ebé Oxóssi.