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Navio Cisne Branco abre ao público neste domingo (9); conheça veleiro

Neste domingo (9), o navio abre as portas para visitação do público, de 10h às 17h30

  • Foto do(a) author(a) Tailane Muniz
  • Tailane Muniz

Publicado em 8 de abril de 2017 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

Guiados pelo vento, eles vão percorrer 12 países da Europa, além de Brasil e Estados Unidos, em 119 dias. Esta poderia ser a rota de um veleiro qualquer, no século XIX, mas é a jornada que a tripulação do navio Cisne Branco, da Marinha do Brasil, vai completar até meados do mês de julho, quando participa do torneio Tall Ships Races 2017, no norte europeu. Neste domingo (9), o navio-veleiro, que está atracado no porto da capital baiana, de onde inicia a viagem, abre as portas para visitação do público, das 10h às 17h. O CORREIO deu uma volta com o Cisne Branco pela Baía de Todos os Santos.

São 52 homens a bordo, sendo 42 praças e 10 oficiais. Como em um lar, os moradores lavam, passam, cozinham e, principalmente, trabalham para dar o rumo certo ao veleiro. Com toda estrutura interna inspirada no século XIX, a embarcação é a terceira da Marinha a ser batizada como Cisne Branco - três vezes maior que as anteriores, já aposentadas, o navio pesa mil toneladas e tem 2.195 metros quadrados, além de 32 velas. Tem sala, cozinha, quartos e, claro, a imensidão azul à disposição dos marinheiros. 

[[galeria]]Como uma grande família. É assim que o comandante da navegação, o capitão-de-mar-e-guerra João Alberto de Araújo Lampert, define a convivência entre a tripulação - que chega a passar meses representando o Brasil em alguns países. "É uma vida muito típica, temos muito trabalho", conta. Não há distinção de atividades diurnas ou noturnas, como explica Lampert. "Estamos sempre juntos, ajustando as coisas para que tudo funcione bem, de maneira segura. Mas isso é bom, une muito a gente", acrescenta.Aquela história de que marinheiro tem um amor em cada porto, neste caso, fica em segundo plano. É que, para Lampert, o tempo é a principal preocupação de quem vive no mar. "Temos que nos preocupar, prioritariamente, com o tempo", lembra. Os principais aliados são a metereologia, sites que monitoram os ventos, além de um acompanhamento do clima por meio de satélite. É com o que os marinheiros vão contar ao sair de Salvador, rumo a Tall Ships Races, passando por Belém, Estados Unidos, 12 países da Europa, até voltar para o Rio de Janeiro, fim de rota oficial do veleiro. Navegar é precisoPassar meses contando com a instabilidade do mar, do tempo, e longe da família tem lá seu lado bom, garante o comandante do 2º Distrito Naval, almirante Almir Garnier. Segundo ele, navios à vela trazem de volta um tempo passado. "Estamos acostumados a pegar um avião, fazer disso uma coisa normal. Onde fazemos as coisas sempre sob imediatismos, é uma outra proposta", comenta.O Cisne Branco é um veleiro de instrução e representação, ou seja, tem a função de apresentar a cultura do mar às pessoas - além de representar do Brasil em regatas internacionais e eventos cívicos - mas isso não impede que os tripulantes tenham experiências atípicas.Há um ano e meio à frente do comando, o capitão Lampert contou ao CORREIO que em março de 2016, durante navegação na costa brasileira, a tripulação se deparou com um barco à deriva - com oito pessoas sem água e comida. "Eles estavam lá há seis dias, a 60km da costa, não tinham mais nada. O gerador e o rádio deles não funcionavam. Podiam ter morrido se não estivéssemos lá", lembra, acrescentando que, em geral, resgates são feitos por navios específicos. "Mas somos homens do mar", completou.Operação Cisne BrancoCom a intenção de despertar nos jovens, e seus familiares, o interesse pelos assuntos ligados à esfera naval, a Marinha implementou o concurso de redação Operação Cisne Branco, cujo participam alunos de nível fundamental e médio de colégios municipais, estaduais e particulares de todo país. A competição, que dividida nas categorias nível fundamental e médio, acontece em três fases: local, que abrange cada cidade; regional, abrangendo a área de cada distrito naval; e nacional, com os ganhadores das demais etapas. Morando em Salvador há 14 anos, a cearense Marina Quézia Mota Alves, 17 anos, já se sente uma baiana legítima. É dela a melhor nota nacional do concurso. Como parte do prêmio, a adolescente deu uma volta no Cisne Branco, na Baía de Todos os Santos, na manhã desta sexta-feira (7). Recém aprovada no curso de Direito, Marina estudou seis anos no Colégio Militar de Salvador (CMS), na Pituba, e acredita que a carreira militar pode fazer parte de seu futuro. "Eu adquiri muito conhecimento lá [do CMS], hoje eu entendo que o conhecimento nos ajuda a transformar nossa comunidade", pontua. Já a belenense Beatriz Falcão, 14, vencedora da categoria nacional no nível fundamental, disse que o primeiro lugar foi fruto de muita pesquisa. "É a minha terceira participação. A parte boa de concorrer é o conhecimento. Eu descobri várias coisas sobre a Marinha, o quanto ela protege e trabalha a amazônia azul. Sou muito grata pela experiência", afirmou ela, durante passeio  no veleiro. E contou como se preparou: "Procurei evoluir minha habilidade escrita, me dediquei às pesquisas e elaboração dos textos", disse ela, que estuda no Colégio Militar de Manaus (CMM).Além de um passeio de duas horas, as vencedoras ganharam aparelhos eletrônicos, como celulares e notebooks, além de medalhas. Da última vez em que esteve em Salvador, em novembro do ano passado, o Cisne Branco foi visitado por 3.320 pessoas.