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'O caso está parado há quatro meses', diz mãe de menina atropelada na Bonocô

Familiares realizaram um protesto para pedir por justiça neste domingo (23); Eloá morreu após ser atropelada enquanto tentava atravessar pista

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  • Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2022 às 19:03

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Familiares de Eloá Rastelo de Oliveira, de 11 anos, que morreu após ter sido atropelada na Avenida Bonocô, em 19 de junho, realizaram um protesto no local do ocorrido, neste domingo (23), para cobrar por justiça. Depois de quatro meses, o motorista que causou a morte da menina segue solto e o inquérito ainda não foi concluído.

No dia do acidente, o motorista fugiu do local sem prestar socorro à vítima. Mãe de Eloá, a auxiliar de cozinha Valdenice Xavier Rastele, 35, conta que se sentia forte quando ocorreu o crime, com a expectativa de que o condutor do veículo fosse preso, mas depois de tanto tempo, ela acabou perdendo as esperanças. “É muito difícil perder a filha assim, com o passar do tempo a ficha foi caindo e eu percebi que não ia ter mais a minha filha”, disse. 

O protesto foi pequeno, contou apenas com familiares e amigos da mãe de Eloá, cerca de 10 pessoas. Segundo Valdenice, a polícia deu 120 dias para concluir o laudo médico do condutor, para saber se ele estava sob efeito de álcool ou outras substâncias, mas que já passou esse período e ela não recebeu uma resposta. 

 “O caso está parado por meses, sem uma resposta. O condutor segue livre, tido como suspeito. Na delegacia, o delegado diz que está esperando o laudo. No DPT [Departamento de Polícia Técnica] eles dizem que o prazo é de 30 a 120 dias, mas quando eu ligo eles falam que existem outros casos na frente”, explicou a mãe da vítima. “Mês passado seria aniversário dela de 12 anos e eu não pude fazer nada. Ele [o motorista] interrompeu um sonho, interrompeu uma vida”, acrescentou. 

Procurada, a Polícia Civil informou que o inquérito policial que apura a morte de Eloá Rastele de Oliveira já está em fase de conclusão na 6ª Delegacia Territorial de Brotas. Todas as testemunhas já foram ouvidas e o condutor do veículo se apresentou na unidade policial. O delegado aguarda o encaminhamento dos últimos laudos para remeter o processo ao Judiciário.

Como aconteceu Aos domingos, Eloá costumava sempre estar na Igreja, participando em um grupo de crianças, como fez na tarde em que morreu. Dessa vez, na saída, o grupo decidiu ir para a quadra do canteiro central da Bonocô e assistir uma partida de futebol. Boa parte deles conseguiu passar sem problemas. Eloá, sozinha, não.

"Eles conseguiram passar, mas na hora que todo mundo foi, uma amiguinha segurou ela e não deixou ir. Porém, Eloá foi sozinha. Na hora, um carro branco freou em cima dela. Sem saber se ia ou voltava, ela foi pra frente e um carro preto atropelou minha filha", relatou Valdenice, na época.

A família mostrou revolta com a situação. Para o pai de Eloá, o que mais incomodava era o fato do condutor não ter prestado socorro, reduzindo suas chances de sobrevivência. "Provavelmente, ele estava com o pé fundo, acelerando. Mas precisava ter parado, prestado socorro a ela e levado para emergência. Eu acredito que, se tivesse feito isso, as chances dela de sobreviver seriam muito maiores e não estaríamos aqui chorando a morte da minha filha como estamos fazendo agora", opinou Eliabe. 

Eloá foi sepultada no dia 21 de junho, na área de memorial do cemitério Quinta dos Lázaros. Na ocasião, ao menos 100 pessoas foram até o local para se despedir da jovem. Das 10h30, quando começou o velório, até às 12h, quando ela foi enterrada, entre familiares, amigos e conhecidos, o choro e a sensação de choque pela partida prematura da pequena eram comuns.