Primas são baleadas a caminho do trabalho em Alto de Coutos

As jovens iriam trabalhar em um dos circuitos da folia; o marido de uma delas seria o alvo dos criminosos, segundo a polícia

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  • Louise Lobato

Publicado em 5 de fevereiro de 2016 às 12:48

- Atualizado há um ano

As primas Amanda Santos da Silva, 20 anos, e Laíse dos Santos, 25, não imaginavam que o primeiro dia de trabalho durante o Carnaval de Salvador terminaria de forma trágica. As jovens estavam a caminho de um circuito da folia quando foram baleadas por dois homens em uma motocicleta na quinta-feira (4). As vítimas estavam em um ponto de ônibus do bairro de Alto de Coutos, em Salvador. 

O marido de Laíse, Jerivaldo Lacerda Filho, o Tinho, também estava no ponto e seria o alvo dos criminosos, informou a polícia. Ele conseguiu fugir. Ainda segundo o boletim de ocorrência, Jerivaldo era usuário de drogas, mas hoje trabalha como baleiro e também vende peixe e queijo coalho na brasa.

Na tarde de quinta-feira (4), Jerivaldo ia com a mulher e a prima dela vender caramelos para os foliões quando dois traficantes, identificados como Rato e Bocão, o avistaram esperando o coletivo. A mãe de uma das vítimas relatou para a polícia que a dupla é ligada à quadrilha de Alex Cavalo, da facção Katiara, comandada por Adílson Souza Lima, o Roceirinho, preso desde 2012.

Rato e Bocão já tinham sido vistos mais cedo pelo bairro gritando "hoje é dois", referindo-se à facção Comando da Paz (CP), e anunciando que haveria tiros na região. A polícia não soube informar se Jerivaldo tinha alguma ligação com a facção. Ao avistarem Jerivaldo, os traficantes se aproximaram do ponto de ônibus gritando "olha ele ali" antes de atirar contra o rapaz, Laíse e Amanda.

A mulher de Jerivaldo e a prima dela foram baleadas nas costas. Já o rapaz conseguiu fugir e não foi ferido. Elas foram socorridas por vizinhos para o Hospital do Subúrbio. Laíse já teve alta médica e passa bem. Amanda continuava internada na tarde desta sexta-feira (5), e o quadro dela é estável, de acordo com o posto da Polícia Civil do hospital. O caso está sendo investigado pela 5ª Delegacia (Periperi) e até o momento ninguém foi preso.

Primeiro ataqueUma parente de Amanda informou à polícia que, há cerca de dois meses, um traficante ligado a Alex Cavalo invadiu uma casa e atirou contra um rapaz conhecido como Muca ou Samuca,  que teria envolvimento com o tráfico de drogas. Na ocasião, Muca escapou.