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Primeira médica negra do Brasil é homenageada em centro cirúrgico em Salvador

Cerimônia que vai marcar homenagem está marcada para essa semana

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 5 de agosto de 2025 às 08:52

Maria Odília Teixeira
Maria Odília Teixeira Crédito: Arquivo

Mais de um século após escrever seu nome na história da medicina brasileira, a baiana Maria Odília Teixeira será homenageada com seu nome no centro cirúrgico do Alclin Hospital de Olhos, em Salvador. A cerimônia, marcada para o dia 8 de agosto, às 19h, no bairro do Itaigara, busca reconhecer o legado da médica, que foi a primeira mulher negra a se formar em medicina no Brasil.

Nascida em São Félix, no Recôncavo Baiano, Maria Odília concluiu o curso na tradicional Faculdade de Medicina da Bahia em 15 de dezembro de 1909. Cinco anos depois, tornou-se a primeira professora da mesma instituição. Sua tese abordou o tratamento da cirrose, tema considerado ousado para a época e destoante do foco comum das poucas mulheres médicas do período, que geralmente se dedicavam à ginecologia e pediatria.

Foto de Maria Odília Teixeira digitalmente melhorada por Arquivo

Filha do médico José Teixeira e de uma mulher negra, Maria Odília superou obstáculos sociais e raciais significativos. Aos 13 anos, deixou sua cidade natal e se mudou para Salvador, onde estudou no Ginásio da Bahia antes de ingressar na faculdade de medicina. Seu domínio de cinco idiomas e dedicação ao estudo impressionavam os professores da época.

O reconhecimento também se estende a outras figuras ligadas à história da Alclin e à família Lavigne, como Dr. José Leo Lavigne e Dr. Marzio Azaro, pai e amigo do atual diretor da instituição.

“É uma honra poder eternizar o nome da minha avó, doutora Maria Odília Teixeira Lavigne, no centro cirúrgico da Alclin. Este gesto representa o reconhecimento de uma trajetória de superação, coragem e pioneirismo. Que a história dela inspire profissionais e pacientes que passam por aqui, lembrando-nos da importância de construirmos uma medicina mais humana, inclusiva e de excelência”, declara o diretor-presidente da Alclin, André Luis Lavigne.

Em 2019, a trajetória de Maria Odília tornou-se tema de uma dissertação na Universidade Federal da Bahia. Muitos de seus descendentes também seguiram a carreira médica, dando continuidade a um legado que começou em uma época em que mulheres negras eram sistematicamente excluídas dos espaços acadêmicos.