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Rebelião foi planejada por facção temendo expansão de grupo rival na Lemos Brito

Comentário que presídio 'avermelhou' com maior presença do Comando Vermelho irritou rivais

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 18:32

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Divulgação

Até pouco tempo, uma relativa paz reinava entre os presos das três facções da Penitenciária Lemos Brito (PLB), uma das unidades do Complexo Penitenciário da Mata Escura. Apesar da rivalidade nas ruas de Salvador, na PLB havia um certo respeito entre os grupos, tanto que, em alguns momentos, eles ficavam juntos no banho de sol. Mas o crescimento do número de internos do Comando Vermelho (CV), uma das maiores organizações criminosas do país, foi visto como ameaça e levou a Tropa do A a planejar a execução do líder do CV e outros nomes fortes do grupo durante uma rebelião nesse domingo (20).  

"Porquinho, da Tropa do A, e Cuminho, do Comando Vermelho, passaram a disputar o controle da PLB e ontem a Tropa do A iniciou o ataque ao grupo rival", declarou o comandante do Batalhão de Guardas (BG) da Polícia Militar (PM), o tenente-coronel Flávio Farias, na manhã dessa segunda-feira (21). "A PLB é dividida em três pavilhões, mas a Tropa do A é maioria. No entanto, o crescimento do número de integrantes foi o problema", explicou o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Penais (Sinsppeb), Fernando Fernandes.

Durante a rebelião, cinco presos morreram, entre eles Daniel Pereira dos Santos, o Cuminho, líder do CV na PLB. Outros 17 internos ficaram feridos - 11 deles por arma de fogo.  Perguntado como as armas chegaram aos presos, o comandante do Batalhão não soube informar. Uma pistola foi apreendida durante revista à tarde.

Do lado de fora da prisão, uma das mulheres dos detentos que aguardava notícias do marido desde ontem disse que as armas chegaram às mãos de Porquinho na manhã de domingo. "Foram arremessadas para dentro do pátio. A gente ficou sabendo que o pessoal da Tropa do A entrou pelos matagais da Avenida Gal Costa e jogou três armas", disse ela, que pediu para não ser identificada. A mulher disse ainda que Porquinho teria tomado conhecimento da existência de um vídeo em que Cuminho dizia que a PLB "avermelhou", dando a entender que a unidade prisional era controlada pelo CV. "Juntou tudo isso e aí decidiu fazer esse banho de sangue", contou.

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) diz que a situação foi controlada, e medidas são debatidas. "A situação no Complexo Penitenciário da Mata Escura está sob controle, as revistas nas celas é algo da rotina penitenciária, e o secretário Nestor Duarte Neto e seus diretores e superintendentes estão reunidos para tomarem as devidas providências", diz o texto. No dia 8 deste mês, Nestor Neto entregou uma carta ao governador Rui Costa, solicitando a exoneração do cargo de secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização. O gestor alegou motivos pessoais, além de questões políticas. Mas ele continua à frente da pasta.