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Salvador teve menos carros, menos ônibus e mais protesto

A sexta-feira do soteropolitano, no 5º dia de paralisação dos caminhoneiros no país, foi incomum

  • Foto do(a) author(a) Carol Aquino
  • Carol Aquino

Publicado em 25 de maio de 2018 às 23:40

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Betto Jr./ CORREIO
. por Foto: Betto Jr./CORREIO

Não parecia uma sexta-feira comum em Salvador. Pouco antes das 17h, quando os engarrafamentos na Avenida ACM já começam a se formar, o trânsito estava livre. No caminho, pontos de ônibus vazios ou quase isso, como se a cidade tivesse decidido não sair de casa. 

Quem saiu foi por necessidade e enfrentou ônibus cheios e que demoravam a passar. A frota, que circulou nesta sexta-feira, 25, na cidade foi reduzida a 80% do total nos horários de pico e a 40% nos demais, o que vai valer também para segunda, terça e quarta-feiras - se a greve dos caminhoneiros continuar. Neste sábado, 26, de acordo com a prefeitura, metade dos coletivos vai estar nas ruas. Domingo, a capacidade será de 30%.

Há uma hora e meia no ponto de ônibus que fica em frente ao Shopping da Bahia, a aposentada Evanir Santos, 38, já estava aborrecida. Agarrada a um saco de remédios, ela tentava voltar para casa, no Costa Azul.

“Tá difícil, mas eu tinha que vir. Se eu não venho, não pego minha medicação. Sofri uma lesão medular e sinto muitas dores”, contou a mulher, cadeirante, que toma remédios para suportar as dores crônicas. Ela esperava conseguir algum espaço nos ônibus, já que todos passavam lotados.

“Só passou um ônibus e eu não consegui parar. Passou muito rápido. Quando saí de casa, esperei muito também, mas pelo menos o ônibus estava vazio”, explicou Evanir, que diz que, normalmente, consegue entrar no transporte após aguardar cerca de 30 minutos.

A diarista Lúcia Santos, 49, montou uma estratégia para chegar em casa. “Tô indo pro Trobogy. Meu ônibus passou e eu não peguei porque estava muito cheio. Estou esperando passar outro. Se não der para entrar, vou pegar o metrô até Pituaçu e de lá vou”.

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E eis que um grupo de motociclistas surge do nada e para o trânsito. Eram uns 120. Marcaram encontro pelo WhattsApp para pedir a redução do preço da gasolina. “Queremos não só que baixe o preço do diesel, mas também da gasolina”, disse ao CORREIO o motoboy Miguel dos Anjos, em meio aos gritos de “Ôôôôôôôô, o motoboy paroooou”. Antes de complicar o trânsito no Shopping da Bahia, os motociclistas já haviam travado a BR e depois ainda seguiram para fechar a região da Rodoviária.

Engarrafada também ficou a Tancredo Neves, onde dezenas de carros faziam fila para abastecer em um posto da Magalhães Neto, o que causou engarrafamento. Quem andava pela Luís Eduardo, Bonocô, Ogunjá e Vasco da Gama encontrava trânsito livre, pontos vazios ou quase isso em plena hora do rush. Por todo canto, postos fechados - e os que estavam abertos ainda abasteciam os carros com GNV.

Ainda na Avenida Tancredo Neves, a reportagem encontrou outro posto com movimentação. É que, apesar de não ter uma gota de gasolina na bomba, o estoque de cerveja era grande na delicatessen. “Pode até acabar o combustível do carro, mas o nosso combustível não pode acabar, não”, disse o empresário Rodrigo Oliveira, 29 anos, que trabalha na região.

Nos demais postos, o que se via eram frentistas sentados. “Estamos descansando da dureza que a gente deu nesses dois dias. Estamos abertos porque temos diesel”, justificou o frentista de um posto na Bonocô.