Serralheiro vai denunciar agressão de PMs na Corregedoria

Moisés também irá ao IML fazer exame de corpo delito; pela manhã ele foi recebido na Secretaria de Justiça

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  • Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 14:01

- Atualizado há um ano

O serralheiro Moisés Gonçalves, 18 anos, irá hoje à tarde à Corregedoria da Polícia Militar formalizar a abertura de inquérito contra os dois policiais militares que lhe agrediram na quarta-feira (24) passada. Antes de se dirigir a Corregedoria, ele passará pelo Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML), onde fará exame de corpo de delito.

Apesar da denúncia, Moisés diz que não quer que os policiais percam o trabalho dele. "Quero apenas que trabalhem direito", diz. Sobre o fato de ter que voltar a narrar detalhes da tortura que sofreu, ele afirma que é doloroso, mas necessário.Moisés mostra as marcas das agressões sofridas durante a abordagem policial  (Foto: Gil Santos/ CORREIO)"Ficar lembrando toda hora dói, machuca, mas é necessário", pontua. Sobre o fato de ter decidido formalizar a denúncia, o serralheiro explica que foi o Coletivo de Entidades Negras que o fez mudar de ideia. "Eles me procuraram, me deram apoio. Isso fez com que eu me sentisse mais seguro".

Pela manhã, Moisés foi recebido na Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) pela superintendente de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos, Anhamona de Brito. Lá, ele prestou um depoimento, que será encaminhado ao Ministério Público do Estado. Segundo a superintendente, todos os órgãos já foram acionados e aguardam a vítima. O serralheiro está acompanhado do coordenador do Coletivo de Entidades Negras Ricardo Andrade.

A agressão ocorreu após a vítima ser abordada, no condomínio Quinta da Glória, no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas,  por dois policiais que não estavam fardados, nem usavam uma viatura padronizada da Polícia Militar, por volta das 15h. O serralheiro foi agredido, colocado no fundo de um carro, levado para um matagal, onde houve nossa sessão de tortura

Em nota, a PM informou que os policiais procuravam o traficante Marcelo Santana de Jesus, conhecido como Marmelo. “Ao chegarem ao local, os militares não encontraram o acusado. Em seguida, receberam uma denúncia anônima de que no mesmo prédio estava escondido um homem conhecido como Tchuk, acusado de cometer um homicídio no bairro da Ribeira”.

Com relação aos procedimentos técnicos adotados pela guarnição, a PM explicou que Moisés Silva Gonçalves poderá se dirigir à Corregedoria da PM para formalizar a denúncia, onde os fatos serão analisados formalmente.  

*Com informações de Gil Santos