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Sob o comando de ACM, Bahia voltou a ser referência em arte e cultura

ACM iniciou nos anos 90 um processo para reverter a decadência do Centro Histórico e dos espaços dedicados à arte e à memória. Com isso, recolocou o estado no posto de destaque em cultura e ganhou a gratidão da classe artística

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  • Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2013 às 07:44

 - Atualizado há 2 anos

Jairo Costa Jú[email protected]

Salvador, 15 de março de 1991. Eleito pela terceira vez governador da Bahia, Antonio Carlos Magalhães assume no ápice do processo de decadência dos segmentos ligados à cultura no estado. Na época, a degradação avançava sobre o Pelourinho. O Teatro Castro Alves e o Museu de Arte da Bahia estavam fechados. Bibliotecas e salas de cinema públicas agonizavam. Foi diante desse cenário que ACM decidiu colocar a área cultural na lista de prioridades. Nos meses seguintes à posse, ACM inicia um conjunto de obras e projetos planejados para que Salvador revivesse o brilho do início dos anos 80, quando virou rota das celebridades estreladas e socialites ricas. Sob a estampa do mito da baianidade, trouxe novamente os holofotes da grande mídia para o estado e, assim, atraiu a simpatia e a amizade de uma classe da qual gostava sempre de ter por perto: os artistas e intelectuais.Em entrevista publicada pelo CORREIO em 4 de agosto, no rastro do lançamento da biografia sobre o lendário reitor da Ufba Edgar Santos, o escritor e historiador Antônio Risério cria uma ponte entre os dois personagens que deram nova dinâmica à cultura do estado: “Antonio Carlos foi cria de Edgard, que sempre gostou muito dele. Quando ele dizia que o governador da Bahia não precisava ser intelectual, mas tinha de colocar a cultura em primeiro lugar, falava como cria de Edgard”.Até o fim do mandato de ACM, em 1994, o estado viveu um surto de revitalizações, com maior intensidade na capital. Além dos dois pilares da nova política cultural - a restauração do Pelourinho e a reforma do TCA -, uma das primeiras ações determinadas por ACM foi a reabertura do Museu de Arte da Bahia,  fechado desde 1989. ACM visita o Pelourinho na companhia de um de seus maiores amigos, o escritor Jorge Amado, com quem mantinha uma relação sólida de companheirismo desde a década de 60O espaço, situado no Corredor da  Vitória, foi reformado e teve restaurados 50% da sua coleção de pintura e 90% das obras de arte. Outros museus, como o Abelardo Rodrigues e o de Arte Sacra, também foram revitalizados. Assim como a Catedral Basílica e as igrejas de Santana, Conceição da Praia, Saúde, Glória, São Lázaro e Passo, os palácios Rio Branco, da Aclamação e Arquiepiscopal e o Arquivo Público do Estado.Sob a batuta da Fundação Cultural, é acelerada a revitalização das bibliotecas públicas do estado, Monteiro Lobato, Juracy Magalhães Júnior e Anísio Teixeira; os centros de cultura de Valença, Feira de Santana, Alagoinhas, Vitória da Conquista, Porto Seguro, Juazeiro e Itabuna, a Sala Walter da Silveira, o Espaço Xis, o Teatro Miguel Santana e os cines-teatro de Plataforma, Alagados e Solar Boa Vista.ACM determina ainda prioridade para alavancar a indústria do Carnaval, festa que não perdia por nada. O que colocou Salvador novamente no topo dos roteiros mais cobiçados do Verão. Artistas como Carybé, Calazans Neto e Mario Cravo encontram apoio e espaço para expor e levar suas obras a outros estados e países. Em 4 de setembro de 1997, quando o então senador completava 70 anos, o escritor Jorge Amado - ícone do comunismo na Era Vargas e que manteve amizade com o político mesmo com as divergências ideológicas - publicou uma carta em homenagem ao amigo no Jornal do Brasil. Nela, sintetizou o agradecimento que grande parte da classe artística lhe dedicava: “Os teus amigos estão orgulhosos de ti, mas não só os teus amigos: toda a gente do povo, do povo simples, pensa em ti nesse dia. És um exemplo a exibir, um exemplo a seguir. Ainda bem que existes e estás presente. Temos teu nome, é nossa bandeira e nosso privilégio, temos do que nos gabar: somos do teu tempo e da tua terra e, como se isso não bastasse, gozamos da tua amizade e da amizade dos que te cercam. Zélia, João Jorge, Paloma e eu decretamos o dia de hoje feriado nacional e comemoramos na festa e na alegria tua presença entre nós”.Pelô e TCA:  pilares da revitalização cultural na década de 90Ao assumir o governo baiano pela terceira vez, ACM baseou seu projeto de revitalização cultural em dois grandes eixos. O primeiro foi a restauração do Pelourinho. De 1992 a 1994, ele concluiu quatro etapas do Programa de Recuperação do Centro Histórico, que contemplou a restauração de cerca de 300 casarões. Em 1993, o cartão-postal foi reaberto ao público e logo ganhou o mundo. Para manter vivo o conjunto declarado Patrimônio da Humanidade, ACM atraiu empresas para o Pelô, determinou a montagem de projetos para fomentar espetáculos nos espaços livres e conseguiu a atenção da mídia. Tanto que, em 1996, o Pelourinho foi cenário do clipe They Don't Care About Us, com Michael Jackson dançando ao som do Olodum. Ao mesmo tempo, criou uma comissão para reformar o Teatro Castro Alves, fechado em 1989. Em julho de 1993, o espaço ampliado para caber 1.560  foi reinaugurado, com um show antológico da Orquestra Sinfônica da Bahia, João Gilberto, Maria Bethânia e Gal Costa.