Suspeita de participar da chacina de motoristas de app vai a júri popular

Crime aconteceu em 2019, quando 4 motoristas foram mortos em Salvador

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  • Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2023 às 16:19

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Bruno Wendel/ Arquivo CORREIO

Uma das pessoas suspeita de envolvimento na chacina de quatro motoristas de aplicativo, em dezembro de 2019, no Jardim Santo Inácio, em Salvador, irá a Júri Popular nesta quarta-feira (19). A audiência ocorrerá em uma sessão realizada pelo 2° Juízo da 2ª Vara do Júri do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-Ba), no Fórum Ruy Barbosa, na capital baiana.

Benjamin Franco da Silva Santos, uma travesti de nome social, Amanda, será julgada pelos assassinatos de Alisson Silva Damasceno dos Santos, Daniel Santos da Silva, Genivaldo da Silva Félix e Sávio da Silva Dias.  Além disso, responderá pela tentativa de assassinato de Nivaldo dos Santos Vieira.   

Os corpos das quatro vítimas foram encontrados com sinais de golpes de facão, na comunidade Paz e Vida, no bairro da Mata Escura. Eles estavam enrolados em sacos plásticos, numa área de vegetação da localidade, a poucos metros de um barraco, onde as vítimas foram mantidas em cárcere privado, torturadas e depois executadas. 

Relembre o caso Um quinto motorista de aplicativo que conseguiu escapar dos criminosos, relatou à polícia que todas as vítimas foram atraídas ao local para uma emboscada após atenderem ao chamado de duas travestis, que solicitaram as corridas para a comunidade. Lá, as vítimas foram rendidas uma a uma por três homens.

Após uma denúncia do motorista que escapou da emboscada, policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP-Ba) chegaram à Rua Nepal, que fica perto da entrada do bairro Jardim Santo Inácio, onde está a Paz e Vida – uma comunidade formada por barracos de madeira erguidos nos fundos do Complexo Penitenciário da Mata Escura -, localidade onde os corpos foram encontrados. 

As vítimas não foram executadas onde os corpos foram deixados. Um rastro de sangue levou os peritos para um barraco, a cerca de 10 metros. Dentro do imóvel, de chão de barro e erguido por pedaços de madeira, no que seria uma sala, havia um fogão velho e poças de sangue. Mais ao fundo, um gambá morto sobre uma cama. Já nos fundos, poças de sangue, em posições distintas. “Foi aqui que eles foram torturados e mortos”, declarou o perito médico Marcos Mousinho, do Departamento de Polícia Técnica (DPT), na época.

Um dos carros dos motoristas foi encontrado abandonado no Centro Industrial de Aratu (Cia). Os demais estavam ainda na comunidade Vida e Paz – dois deles, o Renault Sandero vermelho (PJU-2880), e o Hyundai HB20 (PKL 5B28) estavam próximos de um matagal. Já o Fiat Uno (OVA 9B99) estava estacionado dentro de uma garagem de um barraco vazio.