Trade turístico, moradores e comerciantes da Boca do Rio aprovam Réveillon no bairro

Expectativa é alcançar 100% de ocupação hoteleira para a virada do ano em Salvador

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  • Amanda Palma

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 05:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/CORREIO

Na Boca do Rio, novo endereço do Réveillon de Salvador, moradores e comerciantes comemoram a chegada da festa. O atendente Adaimilton Oliveira Assunção, 20 anos, não vê a hora de aproveitar o Festival Virada Salvador. Morador do bairro da Boca do Rio que será o novo cenário do evento, ele conta que  vai aproveitar os cinco dias de festa.

“Vai ser é bom demais. Eu já vou até começar a comprar umas roupas, porque quero ir dançar com o cantor Léo Santana”, diz. 

Com a mudança, o estudante Erick William, 24, espera poder levar toda a família para curtir. Também morador da Boca do Rio, ele diz que vai assistir ao show do cantor Wesley Safadão de camarote. “A festa é praticamente na frente da nossa casa. No Comércio, era mais complicado de levar todo mundo”, conta. 

Quem também gostou do novo local do evento foram os comerciantes e hoteleiros da região do entorno do novo espaço. Funcionária do restaurante Rua 15, Marluce Miranda diz que o estabelecimento está preparando uma programação  especial para receber turistas .“É uma ideia boa, porque esse espaço é muito mal aproveitado e, além disso, ainda vai dar pra aquecer a economia dos comércios daqui”, explica.

Flávia Costa trabalha como  recepcionista do Hotel Oceânico, em Armação, e mora na Boca do Rio. Para ela, a comemoração diante da confirmação do local da festa da virada é dupla.

“É bom porque dizem que o evento vai atrair turistas para cá e ajudar a gente, pois o movimento dos hotéis está fraco até no Verão”, comenta.

A organização do festival pretende chegar a 100% da ocupação da rede hoteleira na virada deste ano. A divulgação será feita em países da América do Sul, como Argentina e Colômbia, além de outras cidades do Brasil.

A proprietária do restaurante A Venda, Neide Rodrigues, no entanto, está apreensiva com a quantidade de pessoas esperadas no local. “Eu ainda não sei se isso pode ser bom ou ruim, porque não dá pra saber quem vem pra cá. E a nossa segurança? Porque eles só protegem dentro da festa. Acho que a organização precisa conversar com os comerciantes locais para explicar isso”, aponta.

Trade turístico Com o lançamento do Festival da Virada Salvador 2018, a prefeitura pretende ampliar o público e também a ocupação hoteleira durante os dias de festa. Segundo o titular da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Cláudio Tinoco, a festa já se consolidou como um produto turístico. “No Réveillon passado, a ocupação hoteleira já chegou a 95%, sendo maior que o Carnaval de 2017, que foi de 93%”, lembra.

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), Glicério Lemos, é possível chegar à meta de 100% de ocupação este ano. “Acho possível chegar nessa meta de ocupação de 100% da rede hoteleira, sim. Este ano, com uma grade melhor, mais atrações, nós estamos confiantes nessa meta, mesmo, que com esse novo produto turístico se venha atingir como antigamente”, afirma.

O aumento do número de turistas movimenta a economia da cidade, pontuou Lemos. “É importantíssimo para a cidade, para toda a cadeia do turismo e injeta dinheiro na cidade. O turista vem, gasta na cidade, desde taxista no aeroporto até baiana de acarajé, hotéis, bares, restaurante. O turismo fortalece toda a cadeia”, completa.

A prefeitura já esteve em São Paulo para vender o produto a agentes e operadoras de viagens, mas também estão previstas reuniões no Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e também em países da América do Sul. “Vamos dar sequência, até novembro, em mais seis mercados emissores tanto no Brasil como na América do Sul. Lidamos como os vendedores, através de roteiros, e estamos trabalhando com rede de hotéis, que torna mais fácil empacotar como um produto”, explica Tinoco.

Ainda de acordo com ele, estão sendo negociados outros apoiadores para a festa, como companhias aéreas. “No ano passado, nós tivemos uma companhia aérea como parceira. É possível que haja uma mudança e, na possibilidade de mudança, a gente vai dar preferência com uma companhia aérea nacional, porque isso ajuda inclusive as operadoras de agência a encaixar um pacote aéreo”, detalha o secretário.

Já o presidente da Associação da Agências de Viagens (Abav-BA), Jorge Pinto, destaca que o Réveillon amplia o leque de oportunidades para o turismo. “Para nós, agentes de viagens, é muito importante ter cada vez mais esse tipo de evento para que seja movimentado o mercado. O produto do Réveillon já é reconhecimento nacionalmente. Nós, da Abav, estamos divulgando e trabalhando para que a gente tenha um produto a mais para o nosso segmento”, diz.

Paulo Gaudenzi, do Salvador Destination, reforça a importância da divulgação antecipada da programação do Réveillon, que contribui para atrair mais turistas. Além disso, para ele, a mudança para o formato de festival torna a grade mais eclética. “Torna o Réveillon mais eclético e você passa a ver como um festival, com uma semana inteira de ocupação. Não se restringe a dois dias, nem somente à noite do ano novo. Isso tem um reflexo no fluxo de turistas na cidade por mais tempo”, observa.