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Tio diz que família espera justiça. Rapaz levou murro na boca e chute na cabeça
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 16:56
- Atualizado há um ano
O estudante de engenharia mecânica Kaíque Moreira Abreu, 22, teve morte cerebral, confirmou nesta quarta-feira (14) um tio do rapaz. Ele está internado no Hospital Português desde que foi agredido ao voltar do carnaval, na Graça, na madrugada de sexta (9). Segundo o familiar, os aparelhos de Kaíque serão desligados amanhã. Edson Rodrigues dos Santos, 27 anos, foi preso pelo crime.
"Estava brincando carnaval e ele se perdeu do primo e dos amigos que estavam com ele. Inclusive, ele tinha até me chamado, mas eu falei que não iria porque teria que trabalhar. No que ele se perdeu, foi voltar para casa e, simplesmente, foi surpreendido com um murro na boca. Assim que ele caiu no chão, o agressor ainda deu um chute na cabeça. E foi confirmado que ele teve uma morte cerebral. Infelizmente perdemos um ente querido. Uma vida se foi. E a gente só quer justiça. Foi um crime gratuito, sem explicação, sem motivo. Uma perda pra família. Eu cresci, fui criado com ele, mesmo sendo tio, temos praticamente a mesma idade. Fomos criados juntos, tivemos infância juntos. É muito difícil", disse o tio Hayron Hamilton à imprensa esta tarde.
No momento do ataque, Edson estava acompanhado de outros quatro amigos – desses, dois eram adultos e dois adolescentes de 15 e 17 anos. No entanto, segundo a polícia, somente Edson agrediu o rapaz.
De acordo com o delegado José Bezerra Júnior, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Edson e os outros foram localizados pelas imagens das câmeras de segurança que registraram o crime. Através delas, a polícia localizou o veículo em que fugiram após a agressão. O caminhão estava estacionado na Rua Manoel Barreto.
Na noite de terça-feira (13), policiais encontraram os quatro colegas de Edson no caminhão, indo em direção ao circuito Barra-Ondina (Dodô). Ao serem abordados, eles confirmaram que estavam envolvidos na ocorrência. Foi a partir dos amigos que Edson foi encontrado e preso por policiais do DHPP.
A justificativa de Edson para cometer o crime foi que ele havia sido agredido no circuito e quis "descontar" em alguém. Quando voltava para o caminhão, que o levaria junto com os amigos para casa, viu Kaíque subindo a ladeira e o atacou com murros. O jovem retornava do Carnaval, por volta de 3h, quando foi atacado.
'Sem motivo, sem um porquê', diz síndica que cedeu imagens de agressão na Graça
“Ele informa que estava vendendo queijinho nessa noite (de sexta-feira), e, em dado momento passou a curtir. E, palavras dele, teria se envolvido em uma discussão, uma briga. Nessa briga, ele sofreu uma agressão. No retorno do carro para ir para casa, ele resolveu revidar essa agressão em qualquer pessoa que passasse no momento. Infelizmente, o jovem Kaíque sofreu essa agressão”, afirmou Bezerra. Ainda de acordo com o delegado, o suspeito não resistiu à prisão.
A delegada Carmem Dolores reforçou que não houve motivação para o ataque. “Não houve nada que ensejasse isso. Na realidade, foi uma coisa extremamente de graça, violenta. Ele diz que ‘simplesmente fez uma besteira’. O menino (Kaíque) veio andando e ele se aproximou, já 'incontinente', e desferiu, pegou [Kaíque] totalmente desprevenido”.
Os outros dois homens e os dois adolescentes vão responder por omissão de socorro. Edson vai responder por homicídio.