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'Versão de ter puxado arma de brinquedo é absurda', diz irmão de servidor morto por PMs

Antônio Jose Trocoli da Silveira será enterrado nesta sexta-feira

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 17 de dezembro de 2021 às 12:02

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Bruno Wendel

Na entrada do cemitério Jardim da Saudade, em Brotas, um desabafo: "Essa versão de ter puxado uma arma de brinquedo é absurda". O desabafo é do subsecretário de Mobilidade da Prefeitura de Salvador, Álvaro Trocoli, 59 anos. Ele é irmão do servidor do Tribunal de Contas do Município (TCM) Antônio Jose Trocoli da Silveira, 56, morto por policiais militares na última quarta-feira (15), na Avenida Garibaldi. 

Segundo a Polícia Militar, Antônio foi baleado depois de sacar uma arma falsa, versão contestada por Álvaro.  "Meu irmão era um homem de bem. Ele tirava do dele para dar ao próximo. Essa versão de agressão, de ele ter puxado uma arma de brinquedo, é absurda. Como é que uma pessoa puxar uma arma de brinquedo, ainda mais de brinquedo, para um grupo de policiais que já está apontando? Isso é suicídio! Meu irmão estava feliz, tinha acabado de sair de uma confraternização com amigos, essa semana tinha comemorado três anos de casamento", declarou ele, emocionado. 

O sepultamento de Antônio Trocoli ocorreu na tarde de hoje às 15h no cemitério Jardim da Saudade. No local, familiares, muito abalados, acompanharam o caixão da vítima até o último momento e amigos se perguntavam como que o funcionário do TCM teria sido executado, já que ele era visto por todos como uma pessoa muito boa. Foto: Nara Gentil/CORREIO  Álvaro, no entanto, chegou antes do horário do enterro, por volta das 10h, para a entrega da documentação necessária para o sepultamento. Na ocasião, ele comentou sobre os vídeos aos quais a família teve acesso e também pediu uma investigação aprofundada dos fatos.  "A princípio, a gente só tinha a versão da polícia, a partir do momento em que a família teve acesso aos vídeos, passamos a acreditar numa segunda versão, pois meu irmão aparece com aos mãos para o alto, rendido. O mínimo que a PM e o Ministério Público precisam fazer é apurar os fatos. Se houve falha dos policiais, eles devem ser afastados e punidos", disse. 

O irmão do servidor levantou alguns questionamentos sobre a versão apresentada pela PM. "Até ontem essa arma de brinquedo que a PM diz não chegou ao DPT (Departamento de Policia Técnica). Quando foi liberar o corpo, me informaram que não tinha chegado. Eu não quero acreditar que meu irmão, com 55 anos, iria botar uma arma de brinquedo para policiais que já apontavam para ele.  É preciso que se faça uma apuração rigorosa. Outra coisa: o carro dele está baleado. A polícia não levou o carro para perícia. Eles não mataram um bandido para deixar tudo como está. Mataram um pai de família", pontou. 

Álvaro disse ainda que a família quer justiça. "A família está ainda muito abalada, mas depois a família vai contratar um advogado para acompanhar a investigação, porque a imagem que a polícia deixou foi a de que ele provocou tudo isso. É um pedido dos filhos de que realmente os fatos sejam apurados". 

A Polícia Militar informou que foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os fatos. O prazo para conclusão é de 40 dias, podendo ser prorrogado. O Ministério Público disse que um procedimento foi instaurado de responsabilidade da promotora Isabel Adelaide, do Núcleo do Júri. Na segunda-feira (20), a promotora estará na corregedoria da PM para acompanhamento do IPM.