Vizinhos destroem terreiro de pai-de-santo após morte de jovem

Homem morre após ter pênis queimado em suposto ritual

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  • Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2009 às 12:51

- Atualizado há um ano

A morte do ogã Ival Conceição dos Santos, 27 anos, vítima de um atentado cometido por um pai-de-santo, revoltou parentes e vizinhos da comunidade de Baixinha de Santo Antônio (São Gonçalo do Retiro). Na segunda-feira, os restos da casa e do terreiro do pai Ailton de Abaluaê, na Travessa Santo André, foram postos abaixo como forma de vingar o crime cometido no dia 4 de janeiro.

Vizinhos ficaram revoltados após morte do jovemDurante um suposto ritual no terreiro, Ailton queimou com álcool a genitália de Ival e depois cessou as chamas com água quente. A vítima morreu sábado, após 15 dias internado no HGE com queimaduras de 3º e 4º graus. 'Ele acabou queimando o corpo todo de meu filho. Só não estavam em carne viva as mãos, os pés e a testa', contou a mãe do ogan, Maria Conceição dos Santos.

Terreiro na Baixinha de Santo Antônio ficou completamente destruído

Segundo vizinhos, a causa do crime foi ciúme: o pai-de-santo era homossexual e não deixava que mulher alguma se aproximasse de Ival. Desde dezembro, ele estava namorando uma garota de sua idade, que mora próximo ao terreiro. 'Mas Ailton sempre teve ciúmes de meu filho, não foi só por causa desta namorada. Uma vez ele já chegou a vir aqui em casa e olhar se Ival estava com alguma mulher debaixo da minha cama', diz.

Ogan Ival Conceição dos Santos, vítima do atentado

Ival morava com Ailton desde a década de 80, quando Conceição ficou desalojada e buscou abrigo na casa do pai-de-santo. 'Quando consegui comprar um lugar para morar, me mudei porque percebi que ele era perverso. Só Ival que não quis sair', disse. Indignados, os vizinhos relataram que ele era tratado como um escravo. 'O menino não podia fazer nada porque era ameaçado', contou a vizinha Jaciara Borges.

No quebra-quebra, os moradores ameaçaram matar Ailton caso ele aparecesse. O acusado está foragido e a 11ªDP (Tancredo Neves) ainda não tempistas de seu paradeiro. O corpo de Ival foi sepultado no Cemitério Quinta dos Lázaros.

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