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Esther Morais
Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 09:41
Os testes técnicos do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) devem iniciar no primeiro semestre de 2026, e as operações assistidas com passageiros terão início logo em seguida, no segundo semestre. As ações marcam a primeira etapa de funcionamento do novo sistema de transporte que vai atender Salvador e Região Metropolitana (RMS). A conclusão completa da obra está prevista para 2028. >
A data é divulgada após o governo Jerônimo Rodrigues (PT) virar alvo de críticas pelos atrasos nas obras do VLT, planejado para substituir os trens do Subúrbio Ferroviário de Salvador, que tiveram as atividades suspensas em 13 de fevereiro de 2021. Desde então, os moradores da região, que gastavam R$ 0,50 pelo serviço nos trens, passaram a ter que utilizar o ônibus para se transportar, com passagem de R$ 5,60.>
O sistema terá 40 quilômetros de trilhos e 42 paradas, divididos em três trechos: o primeiro liga o Comércio à Ilha de São João; o segundo vai de Paripe a Águas Claras; e o terceiro conecta Águas Claras a Piatã. As intervenções, que tiveram investimento de R$ 5,4 bilhões, incluem drenagem, macrodrenagem, construção de encostas, iluminação e obras de urbanização. >
Obras do VLT de Salvador
O anúncio foi reforçado nesta quarta-feira (3), quando o governador Jerônimo Rodrigues apresentou os primeiros trens já recebidos pelo estado, durante um ato realizado na Avenida Paralela. >
Os primeiros modelos exibidos possuem sete módulos e foram apresentados à população, imprensa e autoridades. “Estamos fazendo esse investimento importante para devolver ao Subúrbio o seu lugar de destaque. Já no primeiro semestre de 2026, os testes técnicos serão iniciados e, em breve, a população soteropolitana que cruza a cidade todos os dias vai poder usufruir desse moderno meio de transporte”, afirmou Jerônimo.>
Ao todo, 40 trens devem operar na capital baiana quando o sistema estiver em pleno funcionamento.>
Milhares de passageiros do Subúrbio estão há quatro anos sem transporte barato desde que os trens, que transportavam cerca de 7 mil pessoas por dia e que custava R$ 0,50, foram desativados. >
Quando o trem parou de operar, o governo do estado disponibilizou cinco ônibus gratuitos para atender aos moradores do Subúrbio, considerados insuficientes para transportar a população da região.>
Os atrasos nas obras viraram matérias no Jornal Nacional em 2024. A reportagem indicou que houve um "desperdício" de dinheiro público devido ao atraso das obras. Segundo a reportagem, o governo firmou contrato com o consórcio Skyrail Bahia composto pelas empresas chinesas BYD e Metrogreen para a implementação do VLT, mas o projeto orçado em R$ 1,5 bilhão não foi concluído.>
O governo negou que houve desperdício de recursos públicos. “(O Jornal Nacional) errou ao dizer que houve desperdício de dinheiro público. Todo o valor investido até aqui foi empregado em anteprojetos e canteiro, que serão reaproveitados no novo projeto proposto pelo estado”, afirmou em nota.>
A gestão estadual fez uma nova licitação para contratar uma nova empresa para construir o VLT, mas o juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública, Ruy Eduardo Almeida Britto, suspendeu o processo licitatório por supostamente conter “graves ilegalidades”. O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) derrubou esta decisão e manteve a licitação, a pedido do governo petista.>